22 de jul. de 2008

Eu não quero vencer os Jogos Olímpicos!

Fosse jogador de futebol, não desejaria vencer, nas circunstâncias atuais, uma Olimpíada. Por alguns motivos*:

1) Uma vitória da seleção brasileira nos jogos de Pequim pode mascarar o desempenho do cartola [e não dirigente, pois este, de fato, é cartola, na acepção do termo] Ricardo Teixeira e do técnico Dunga, se de fato é ele quem treina esta seleção.
2) O futebol, em minha modesta opinião, é o esporte menos olímpico, menos expressivo dos jogos. Uma vitória esconderia os eventuais sucessos de atletas de modalidades como judô, vôlei, ginástica e outras.
3) O ano é de eleição. Aqui é uma extrema tergiversação de minha parte. Uma teoria conspiratória. Não quero deixar que o futebol seja panacéia face aos percalços de nossa economia, política e etc. Não quero ver políticos, disfarçados de bons moços pelos marqueteiros e jornalistas modorrentos de plantão, esmerando-se em homenagens aos atletas, vangloriando-se pelos investimentos que não fazem.
4) Aqui, um pedido egoísta. Não quero que Hernanes, Alex Silva, Thiago Silva, Thiago Neves, Ramires e tantos outros vão embora deste país que, insistentemente, em cooperação maléfica com empresários mais maléficos ainda, os manda para fora. Um desempenho pífio destes jogadores mascararia suas verdadeiras e boas habilidades, afugentando europeus sedentos por lucro. Sei que este é o meu argumento mais fraco, mas é o mais apaixonado.
5) Por último. Não torço pela seleção brasileira nesta Olimpíada, nem em outras competições. Pior. Torço contra o Brasil enquanto Ricardão estiver lá. Enquanto esta instituição privada, a CBF, continuar a lucrar esquecendo-se dos homens, os torcedores. Pelo futebol, torço contra esta seleção de um punhado de jogadores empresariados por um punhado de interesseiros.

Ao fim destes meus comentários, ora ásperos, ora ridículos, dignos de riso, como diria Walter Garcia, desculpo-me, desde já. Peço desculpas, mas eu sou brasileiro, sim, desisto, às vezes, mas não perco a vontade, a crença de um país menos rincão, menos entreguista, menos imperialista – às vezes, o é. Não desisto de um país mais justo e mais democrático, onde o futebol seja o esporte, e as economias estejam de lado, assim como os cartolas e empresários que por aqui insistem em destruir o talento que ainda nos resta.
* Corrigido, não o texto, mas a tipologia, às 21h e 5 min.

2 comentários:

Andrício de Souza disse...

Concordo com o Luiz. Embora não me importe se o Hernanes, o Alex Silva e o Ramires sejam vendidos.

Só o Valdívia tem que ficar!

Anônimo disse...

ah, o teixeira nao sai da cbf nem q o brasil perca dos reservas da nova zelândia.