29 de nov. de 2010

Tudo bem in the rain?

Estádio do Morumbi, 22 de novembro de 2010
Up And Coming Tour


Os Beatles são praticamente uma unanimidade musical e, naquela segunda-feira chuvosa, fui uma fã até maior do que imaginava ser.

Já saí de casa vestindo uma capa de chuva. Enquanto esperávamos o início, a água não dava um descanso, de forma cruel em alguns momentos. Mas faltando por volta de meia hora para começar o show, os deuses do rock ajudaram os paulistas e todas as nuvens foram embora. Foi aí que a arquibancada azul puxou a “ola”, tentando animar o resto do estádio. Recebemos palmas de todos os setores, que começaram a se animar.

A apresentação começou com Magical Mystery Tour, que faz parte da lista de músicas perfeitas para se abrir um show. No telão, imagens abstratas em pink, amarelo e azul, em tons fortes, típicos das décadas de 1960 e 1970. Foi motivo suficiente para todos já começarem pulando. O telão, aliás, fantástico, com imagens super bem definidas. A tecnologia com certeza deixa os shows em arenas ainda mais espetaculares.

Em seguida, Jet e All My Loving, acompanhadas de gritos de histeria completa dos fãs mais fanáticos. Paul arriscou o português diversas vezes, com muita classe, fazendo brincadeiras com a chuva, que talvez tenha lembrado seu país, e dizendo palavras bastante difíceis, como “homenagem” e “maravilhosos”. E se ouvia risadas, repetia aquela palavra, porque sabia que tinha conquistado as pessoas ali.

Quando queria dizer algo no improviso, fora da “colinha”, explicava que não sabia dizer aquilo em português, mas pareceu satisfeito ao perceber que o público entendeu seu inglês e respondeu em alto e bom som. Com muita simpatia, se espantava quando alguém soltava um gritinho do estilo de suas beatlemaníacas originais.

O repertório, no geral, agradou desde as crianças até os sessentões presentes. Muitas canções de seus trabalhos pós-Beatles, sempre muito bem executadas, deixaram algumas pessoas mais tímidas, ou por não as conhecerem, ou por não gostarem, ou por estarem esperando mais Beatles que outra coisa.

A banda de apoio com certeza foi escolhida a dedo. Um teclado completo, o guitarrista e o guitarrista / baixista eram fantásticos e o batera, uma figura, que fez inclusive algumas coreografias. Todos podem ser considerados um show a parte, pois tinha talento de sobra naquele palco. E os músicos perceberam a admiração da platéia, que aplaudia cada um.

Blackbird foi tocada apenas por Paul com um violão. Os instrumentos utilizados também merecem destaque: lindos, coloridos e de qualidade – claro. Ele também fez homenagens a Linda McCartney, John Lennon e George Harrison. Para este último, tocando a incrível Something, com imagens do amigo no fundo. Sem dúvidas, um dos momentos mais emocionantes, principalmente para mim, já que George é meu beatle favorito.

Depois de mais algumas músicas suas e do fab four, um combo de arrepiar: Let It Be, iluminada por isqueiros, celulares e máquinas fotográficas, e Live And Let Die, com direito a fogos de artifício no palco e acima dele, além de um show de luzes e de imagens que acompanhavam a batida.

A primeira parte terminou com Hey Jude em coro divertido: primeiro todo mundo, depois só os homens, só as mulheres e a geral novamente. Paul usou um piano colorido diferente do que havia tocado durante toda a apresentação.

McCartney fez diversas brincadeiras, chamando o pessoal da direita, da esquerda, do fundão, sempre dançando e pulando, animadíssimo. Também fizemos competições vocais com ele: ele cantarolava qualquer coisa e o público respondia, incluindo o nome da cidade da garoa. E pareceu gostar muito das palmas ritmadas que foram feitas em alguns momentos.

O primeiro bis veio com o puro rock n roll de Day Tripper, seguidos por Lady Madonna e Get Back. O segundo, com Yesteday e a empolgante Helter Skelter, garantia de cabeças balançando. Para fechar, não poderia ser diferente: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, com seu tradicional desfecho.

Depois de muitos elogios ao público, que, de fato, esteve incrível, Paul se despediu, com um “até a próxima”, deixando uma leve esperança para os fãs. Uma coisa é inegável: o beatle sempre terá seguidores fiéis, não importa o que faça. Mas com um show desta proporção, fica bem mais fácil conquistar cada vez mais admiradores.

Set list

Magical Mystery Tour
Jet
All My Loving
Letting Go
Got To Get You Into My Life
Highway
Let Me Roll It / Foxy Lady
The Long And Winding Road
Nineteen Hundred And Eighty-Five
Let 'Em In
My Love
I'm Looking Through You
Two Of Us
Blackbird
Here Today
Bluebird
Dance Tonight
Mrs. Vanderbilt
Eleanor Rigby
Something
Sing The Changes
Band On The Run
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Back In The U.S.S.R.
I've Got A Feeling
Paperback Writer
A Day In The Life / Give Peace A Chance
Let It Be
Live And Let Die
Hey Jude

Day Tripper
Lady Madonna
Get Back

6 comentários:

João Paulo Caldeira disse...

Coitado do Ringo... porque ele não ganhou uma homenagem também?

Max disse...

Simples Johnnie. O Ringo é o Beatle favorito da Marge. Quer melhor homenagem que essa para o baterista mais não valorizado pela história da música?

Carlitos disse...

sejamos francos e sinceros, o ringo era só o baterista. isso resume tudo. detalhe aos anônimos: eu toco bateria.

Dé C. disse...

Gente, o Ringo tá vivo, né? Acho que por isso não rolou homenagem a ele...

Eu curto o Ringo, ele é um cara engraçado. Acredito que ele seja incompreendido pelas pessoas.

João Paulo Caldeira disse...

ah, eu sei que ele tá vivo, mas ele também fez parte dos beatles, podia ter rolado alguma coisa pra ele também, pobrezinho....

Dé C. disse...

Concordo com você, João. Deve ser bem melhor receber uma homenagem quando você tá vivo...