14 de out. de 2008

Carta ao Ombudsman

Caro ombudsman,

Em face aos acontecimentos do último domingo, quando a Folha S. Paulo foi expropriada pelos mais torpes interesses mercadológicos, manifesto meu desagravo com o atual momento deste que se disse "de rabo preso com o leitor", "a serviço do Brasil", ou o primeiro a noticiar as Diretas Já.

Foi com tristeza* que não vi notícias, ontem. Nem sua coluna fui ler. Por quê? Porque ontem não chegou jornalismo em minha casa e, sim, publicidade. A que sandices se prestam o departamento comercial da Folha? Quer dizer, então, que as notícias da crise ecônomica da qual o capitalismo Banco do Brasil devia se orgulhar, a eleição municipal paulista são menos importantes que uma propaganda do Banco do Brasil?

Não interessa quanto tenha recebido. A Folha deixou ser expropriada, no caso, pelo Banco do Brasil e, em mais casos, por outros interesses corporativos. As favas o jornalismo.

Com respeito e desagravo,
Luiz H. Mendes, leitor de Folha S. Paulo, o jornal sem-capa.

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A resposta do Ombudsman:

Caro Sr. Luiz:

Obrigado pelos seus comentários, que estou encaminhando para os responsáveis pela direção do jornal. Concordo totalmente com o senhor e vou tratar do assunto na coluna de domingo que vem.

Um abraço,
Carlos Eduardo
* Errata: Corrigido às 13:45.

6 comentários:

João Villaverde disse...

Concordo inteiramente com sua mensagem, Luiz. Mas a crítica deve ser ampliada: no domingo, Folha, Estadão e O Globo vieram com a mesma capa. Ou "sem-capa".

Anônimo disse...

De fato, essa capa de domingo foi de cair o cu da bunda. Quase um "Metro de São Paulo" - ou "Folha News", como preferirem. Apoiada a crítica, Luiz.

(ah, pra constar: vazou no texto ali um 'triteSa'. Se o C. Eduardo é que nem um Marcelo Coelho, isso iria desmerecer a crítica inteira...)

Anônimo disse...

Luiz, parabéns pela iniciativa!

Anônimo disse...

muito bom mesmo! vamos aguardar o comentário no jornal, né!?

Luiz Henrique Mendes disse...

O problema é que Estado e O Globo nem ombudsman (ou Relações Públicas) tem. Ah, quanto ao S, em tristeza, um erro meu, crasso, diga-se de passagem (temho sérios problemas com S e Z no teclado palaciano, mas nada que justifique o erro).

Quanto ao Carlos Eduardo Lins da Silva, o pouco que se sobre seu trabalho me permite dizer que é diferent do inodoro Marcelo Coelho.

Anônimo disse...

Realmente, eu como ombudsman da Folha de S. Paulo, Carlos Eduardo, daria razão ao meu caro amigo Luiz.