25 de jun. de 2010

Fuga feminina na música


Meu primeiro texto para o blog poderia ser sobre qualquer assunto. Não porque sou sábia ou inteligentíssima. Até porque estou longe de ser qualquer uma dessas opções. Mas porque o Androceu permite essa liberdade.

Porém escolhi falar sobre um tema que gosto muito. Lenny Kravitz diria que a música salvou a vida dele. Eu posso dizer ela mudou e melhorou a minha. Portanto, este texto é muito mais um tributo a ela do que qualquer outra coisa.

Decidido isto, o mais difícil foi escolher sobre quem falar. Sobre os Beatles, a maior banda de todos os tempos? Alice In Chains, a minha preferida? Rush, o melhor power trio?

Depois de muito pensar, optei por colocar as mulheres em evidência. Afinal, é uma das primeiras postagens femininas do blog, então, por que não fazer essa pequena homenagem? Fora que, nada me impede de voltar aqui e falar sobre essas outras, certo?

Em agosto deste ano, será lançado aqui no Brasil um filme chamado The Runaways, biografia da banda norte-americana da década de 1970 que revolucionou o rock – pelo menos para as mulheres. O filme é baseado no livro Neon Angel, escrito pela vocalista do grupo, Cherie Currie, que hoje é – pasmem – escultora com motosserra.

Além dela, faziam parte da banda as guitarristas Lita Ford e Joan Jett, a minha preferida. Ela é considerada a 87ª melhor guitarrista pela Rolling Stone.

A banda durou apenas quatro anos, mas conseguiu impressionar. Eram cinco garotas adolescentes fazendo música de homens. Seu primeiro grande sucesso foi Cherry Bomb, cujo clipe levava os marmanjos à loucura: era novo, diferente e atraente ver meninas fazendo rock n’ roll.

A banda acabou por conta de diversas trocas de integrantes e desentendimentos nas preferências musicais, além de problemas externos, como a crítica. Mas esse não foi o fim delas. Algumas procuraram outras carreiras, outras ficaram com a música e tiveram seu sucesso. Você pode encontrar mais detalhes individuais na internet.

Meu destaque pessoal é Joan Jett, que foi a primeira mulher a fundar uma gravadora. Jett gravou seu primeiro álbum solo em 1980, que foi rejeitado por 23 gravadoras, até que ela abriu o selo Blackheart Records, junto com o compositor e produtor Kenny Laguna. É dela a versão mais conhecida de I Love Rock N’ Roll, além de outros fantásticos hits, como Do You Wanna Touch Me, I Hate Myself For Loving You, Bad Reputation, Everyday People, Little Lier, Fake Friends, Crimson And Clover, entre muitas outras.

O filme sobre a banda, já lançado nos Estados Unidos, ganhou grande repercussão por conta das atrizes que interpretam as musicistas. As estrelas da saga Twilight, Kristen Stewart e Dakota Fanning, são Jett e Currie, respectivamente. Elas foram inclusive treinadas pelas próprias e tiveram que aprender a cantar e tocar como as originais.

Os fãs esperam que a banda não vire modinha só por causa disso, mas seja um reconhecimento da importância destas garotas talentosas, que compunham e tocavam sem inibições. E que ainda hoje fazem música de qualidade, o que é um grande incentivo para quem gosta da verdadeira arte, seja você homem ou mulher.


DC é tímida com relação às críticas. Mas resolveu se arriscar depois de ser incentivada por João e Mario no último final de semana. Obrigada, meninos. Vem mais (e melhores) por aí... E ainda, recomenda os leitores a procurarem também outras roqueiras das antigas, como Suzi Quatro e Heart.

4 comentários:

Max disse...

De, seja mais do que bem vinda ao nosso pub virtual (pub no sentido de public house antes que alguem ja venha com reclamacao aos botecos britanicos). Quando eu estiver sobrio faco um comentario com a profundidade que o texto pede, mas pela rapida primeira lida gostei bastante (ate dei uma pesquisada sobre a Suzi Quatro e vou ouvir alguma coisa dela amanha cedo.
E Johnnie e Mario, excellent job my boys. Sintam-se brindados com com um copo cheio de London Pride, afinal whatever You Do, Take Pride.

Alan disse...

Heart- Barracuda
Uma das melhores músicas do Guitar Hero...
Débora, belo texto!

carlitos disse...

seja bem vinda dé! demorô!
mas, tenho duas críticas SIM a fazer: VC DEVIA JÁ TER POSTADO ANTES E DEVERIA POSTAR MAIS VEZES!
seus textos são mto bons!

ps1: e como diria a trololó records sobre o leni crets: ai ontu guéru ei, ai ontu gué-eru ei, ié ié! ai on tu guéru ei!

ps2: joan rocks!

João Paulo Caldeira disse...

Dé, fiquei feliz que você resolveu postar por aqui, e mais feliz ainda porque veio falar de rock, tema que infelizmente aparece pouco no androceu. Continue postando!