11 de dez. de 2009

Meu Samba da Benção ou Carta ao Androceu 09

Tenho muito orgulho de meus amigos de PUC com os quais convivi nos últimos quatro anos. Tenho mais orgulho ainda da sorte que tive em encontrar pessoas que fossem, acima de qualquer outra virtude, humanas. Lamento apenas não ter conhecido cada um deles da mesma forma que conheci outros tantos que vieram a se tornar meus colegas por tanto tempo, pessoas com as quais estive durante praticamente todos os dias até hoje. Temo me distanciar desses seres comédias e inteligentes que como eu serão jornalistas e que, a maioria deles sem dúvida, estão meio perdidões sem saber para onde correr.

No final, vai ficar tudo bem. Todo mundo um dia se ajeita, quanto a isso não tenho dúvidas. Na impossibilidade de falar sobre todos, falo sobre esses que compuseram um Blog que significou muito mais que apenas um local para postar textos. Esse Androceu, que é apenas um pontinho praticamente inexistente fora de nossos domínios puquianos, significou muito para todos nós. Não uso o passado para mais uma de minhas piadas “nostradamianas” sobre seu fim, mas fico tranquilo ao dizer que com o final da faculdade tudo será diferente por aqui. Isso não é algo ruim de se imaginar, afinal ele foi criado pela nossa união na Universidade, com o final dela talvez haja mesmo um sentimento de que ele será jogado para escanteio frente a nossas responsabilidades. Mas aproveito esse espaço para pregar (pela primeira vez, assumo, mas dessa vez falando sério) uma perspectiva otimista sobre a relação que talvez tenhamos daqui em diante.

Quando me mudei para São Paulo e estive distante de minhas raízes sorocabanas, percebi, refleti sobre minhas origens, pela primeira vez ser sorocabano era algo exótico. Esse reflexão me levou a valorizar muito as nostalgias de meu passado, a valorizar tudo aquilo que abdiquei para apostar em um sonho de ser alguém além dos limites de minha cidade. Sinto que essa ligação pode acontecer com nós e espero sinceramente que ela não seja ligada apenas à figura deste Blog Androceu. Amigos que na PUC encontrei serão figuras que para mim não morrerão com o final da faculdade: espero que exatamente com o fim dela, nossas relações sejam estreitadas.

Daqui em diante poderemos seguir carreiras fantásticas, vejo que todos provaram nos TCC's que algo que não falta é talento e criatividade. O Alan, analisando em ordem alfabética, fez um trabalho extremamente racional e certeiro, próximo do perfeccionismo que estamos acostumados a ver nele. Um trabalho muito bom, inegavelmente. O Bruno dispensa comentários, afinal só o Eugênio e o Arbex estavam em sua banca e disseram que era uma tese de mestrado (parabéns também a Eli, que isso fique claro, óbvio). O Gustavo fez uma viagem para a Bósnia para também fazer um trabalho que levou 10 e não foi à toa (estou curiosíssimo para lê-lo, Guss). O Joãozinho e o Marião provaram de fato que a PUC faz a diferença e fizeram um documentário fantástico, o qual tive o prazer de assistir pessoalmente (às vezes parece pouco para nós que fazemos, mas para quem assiste foi um trabalho riquíssimo de todos os pontos de vista, formidável como disse E. Suplicy). O Luiz foi com a cara e a coragem para pegar a estrada com um caminhoneiro e também escrever um trabalho maravilhoso, que me desperta muita curiosidade – a pauta também foi muito boa). O Max fez um dos vídeos mais engraçados que assisti na minha vida, uma criatividade que merece aplausos (não se preocupe, ami-go, se o Wainer é um chato e não gosta de humor de qualidade aliado a um programa super leve – você, ao lado da Renata, ficarão ricos um dia com um programa desses). Eu fui o primeiro a quebrar a invencibilidade de 10 aí da turma, mal aí pessoal). E por fim o Tavião, que também teve coragem de sobra para falar sobre um tema que é mal visto na PUC pelo conservadorismo imbecil de alguns sujeitos (e chamar o Darth Walter pra banca foi a atitude mais roots e androcêutica da História – merece 10 com louvor).

Não me esquecerei também de André e Paulinha, membros novos aos quais peço um Samba da Benção e um parabéns imenso (criatividade aliada a coragem e qualidade – trabalhos de primeira). Enfim, o que quero dizer com tudo isso é que não devemos nos perder, pessoal. Conseguimos manter uma amizade que não é qualquer um que consegue não. Amadurecemos todos e conseguimos unir nossas forças para fazer um curso que ultrapassou as barreiras do aspecto técnico: nos ajudamos para nos fazermos jornalistas. Isso não há boleto que pague. Desejo que todos se deem muito bem, encham o cu de dinheiro ou simplesmente façam aquilo que lhes dê prazer nessa profissão tão cheia de leques e tão escassa em oportunidades. Que nós não percamos o contato e façamos pelo menos uma reuniãozinha mensal para colocarmos o papo em dia. Que a formatura signifique apenas a primeira das festas que iremos fazer juntos. Enfim, Saravá para todos.

Eu por exemplo, o capitão do mato, Carlos Massarico
Poeta e diplomata, o jornalista mais PUC do Brasil
Na linha direta de São Guimarães Max, saravá!
A benção, André Cintra,
o mais criativo e inovador dos jornalistas jovens que conheço
A benção, Alan Mariasch,
tu que cuidaste dos conflitos esquecidos da África
A benção, Bruno de Pierro,
gênio contemporâneo e candidato a Habermas brasileiro
A benção, Gustavo Silva,
guerreiro bósnio que há de vibrar guitarras e jornais
A benção, João Caldeira,
menino parceiro de risadas, cigarros e de todos os momentos
A benção, Luiz Mendes,
politicamente incorreto na inteligência mais sublime da política
A benção, Mario Bucci,
sabe-tudo no melhor sentido que brilha muito na San Fran
A benção, Max Fischer,
Guimarães, mito eterno da Comfil, parceiro e amigo querido
A benção, Otávio Silvares,
capitão do mato como eu que desbrava a capital
A benção, Thomas Pacheco,
companheiro de bares, jogos e parceiro cem por cento
Ó minha PUC de todos os santos
Inclusive meu São Bento
Saravá! A benção que vou partir
Eu vou ter que dizer adeus...

Porque o Carlitos nasceu lá como Ombudsman
E se hoje ele é puquiano na poesia,
Ele é androcêutico demais no coração.

Porque o Androceu é pobreza que balança
E a pobreza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais pobre não!

4 comentários:

Bruno de Pierro disse...

umas das coisas mais emocionantes que já li neste blog.
e faço de suas angústias, carlos, as minhas.

obrigado pelas palavras.

João Paulo Caldeira disse...

concordo com o bruno, foi muito bonito e muito legal, carlos. fiquei meio emocionado, até... aliás, esses últimos dias de puc não tem sido fáceis pro meu coração hipertenso...

Ester disse...

Faço minhas as palavras d meus futuros ex-colegas (d puc).
Confesso q ñ tenho o costume d entrar neste blog, mas esta madrugada insone me levou até aqui e estou lendo com mto prazer os ótimos textos.
Torço p/ q o Androceu continue!
Bjs a todos!

Max disse...

E depois de ler isso acho que é até covardia perguntar aos meus críticos se eu soube ou não escolher a dedo os reforços à casa androceutica.

Bem piadinha interna a parte, vamos lá...

Vou concordar com o Bruno. Acho que esse é o nosso texto com mais alma. Caso não for esse com certeza está no top 5.

Sobre o texto em si vou grifar trechos de agradimentos do pessoal e tirar um trecho do texto que acho que mostram minha opinião e minha resposta a esse "problema".

Diz Carlitos: Sinto que essa ligação pode acontecer com nós e espero sinceramente que ela não seja ligada apenas à figura deste Blog Androceu. Amigos que na PUC encontrei serão figuras que para mim não morrerão com o final da faculdade: espero que exatamente com o fim dela, nossas relações sejam estreitadas.

E responde Bruno: A prova de que o espírito androceutico é eterno não está no blog, no zine ou no Caribe. Está na amizade.

Guss complementa: Androceu Pride Forever.

E Max, para variar, cita uma música:

"I'll be there for you
(When the rain starts to pour)
I'll be there for you
(Like I've been there before)
I'll be there for you
('Cause you're there for me too)"

Logicamente eu ficaria horas e horas escrevendo aqui, mas acho que as vezes o silêncio vale mais que mil palavras.

Ah sim! Eu sei que estou longe de merecer qqr titulo de santo ou qqr coisa que valha, mas sinta-se abençoado "capitão do mato".