Lendo algumas notícias da Agência Brasil, encontrei uma entrevista do presidente Lula à TV Brasil. Entre outras, coisas, Lula tratou da questão boliviana e me chamou atenção sua resposta acerca da relação com Bush e da expulsão do embaixador – alguns dirão que estou lulista, outros ainda dirão que o presidente pactuou com o neoliberalismo mantendo diálogo com o incólume presidente estadunidense, e outros dirão num ato de fervor anti-Lula que o presidente apóia a barbárie provocada por Evo - que a mídia insiste em por como vilão, quando, na verdade, apenas ‘cometeu’ o crime de ser eleito democraticamente.
Enfim, gostei da resposta do presidente, não sei vocês.
TV Brasil: O Evo Morales acusa o governo dos Estados Unidos de interferir na vida interna na Bolívia, de estimular essa rebelião em Santa Cruz e em outras províncias da região. O Brasil tem boas relações com os Estados Unidos, o senhor inclusive tem excelente relação com o presidente Bush; o senhor chegou a conversar com as autoridades americanas ou com o Bush sobre esse problema na Bolívia?
Lula: Eu conversei várias vezes com o Bush, até a pedido do Evo Morales para que os Estados Unidos aprovassem rapidamente as tarifas especiais para determinados produtos bolivianos e está para ser aprovada agora, mas como houve essa expulsão do embaixador eu penso que agora essas coisas podem ficar paralisadas. Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora. O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não. Ele está como representante do seu país, numa relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush: eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República. E também não é de hoje, é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto.
Em tempo
Para que a TV Brasil possa fazer sentido, faz-se necessário sua transmissão de qualidade e por todo território brasileiro. Até agora, apenas na restrita TV por assinatura. O canal UHF 69, destinado a ela em São Paulo, transmite, mas nunca consegui ajustar minha antena.
Para acessar a matéria da Agência Brasil
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/09/17/materia.2008-09-17.8303844688/view
Enfim, gostei da resposta do presidente, não sei vocês.
TV Brasil: O Evo Morales acusa o governo dos Estados Unidos de interferir na vida interna na Bolívia, de estimular essa rebelião em Santa Cruz e em outras províncias da região. O Brasil tem boas relações com os Estados Unidos, o senhor inclusive tem excelente relação com o presidente Bush; o senhor chegou a conversar com as autoridades americanas ou com o Bush sobre esse problema na Bolívia?
Lula: Eu conversei várias vezes com o Bush, até a pedido do Evo Morales para que os Estados Unidos aprovassem rapidamente as tarifas especiais para determinados produtos bolivianos e está para ser aprovada agora, mas como houve essa expulsão do embaixador eu penso que agora essas coisas podem ficar paralisadas. Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora. O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não. Ele está como representante do seu país, numa relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush: eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República. E também não é de hoje, é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto.
Em tempo
Para que a TV Brasil possa fazer sentido, faz-se necessário sua transmissão de qualidade e por todo território brasileiro. Até agora, apenas na restrita TV por assinatura. O canal UHF 69, destinado a ela em São Paulo, transmite, mas nunca consegui ajustar minha antena.
Para acessar a matéria da Agência Brasil
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/09/17/materia.2008-09-17.8303844688/view
5 comentários:
muito boa a sua idéia de nos indicar a entrevista, Luiz!...pelo com esta resposta (não li toda a entrevista ainda), devo dizer que concordo com vc. desta vez eu gostei...
mas lerei tudo ainda né..
abç
Acho que o Lula dá seus bolas-fora de vez em quando, como todos nós, mas concordo com ele. Embaixador nada mais é que um representante do país, tem mais é que ficar quieto.
O Lula já falou muita bobagem. Mas acho que ele tá indo bem na questão da Bolívia.
O Brasil está exercendo seu papel de moderador de conflitos, uma espécie de meio-campo entre Bush e Chávez.
Boa dica Luiz. A participação do Lula nessa história é séria. Aliás, a política externa do governo com a Bolívia sempre foi correta, desde que assumiu Evo Morales. A nacionalização das petroleiras, tão criticada aqui dentro, é algo absolutamente legítimo. A Petrobras aceitou, continua operando e exportando gás.
Agora essa crise social é uma história incrível. Não é preciso concordar, discordar ou entender a política boliviana, só olhar os fatos: o Evo Morales foi eleito com 60% dos votos em 2006. Agora em julho de 2008 realizou plebiscito popular (uma coisa que se vê em poucos lugares, diga-se) foi reaprovado, com mais votos favoráveis que em 2006. A minoria de Santa Cruz não aceita e começa essas manifestações. Lula está bem nessa, tem de aparar as arestas. Um golpe de Estado nessas circunstâncias seria terrível para todos.
E esse ponto levantado no final, sobre a TV Brasil dá um ótimo debate. Qual a necessidade, à favor ou contra, como fazer para dar certo, o que se prevê dela, etc.
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