J.P.C de M sentou em uma das desconfortáveis cadeiras de metal da lanchonete da Faculdade de Comunicação e Arte, a popular Comfil, e se espreguiçou. Na sua frente um gravador de voz. Ao seu lado, esse repórter, ainda sem a menor idéia do que trataria no perfil do entrevistado e mais dois colegas de sala: C.M e L.H.M.
J.P, ou J ou ainda J.B, como é chamado por seus colegas, limpa a garganta e começa a tradicional abertura do podcast que grava semanalmente, o Podcast do Androceu. Normalmente as gravações aconteciam no laboratório de rádio da PUC, mas devido às novas diretrizes da reitoria, toda produção não acadêmica foi suspensa. Para não acabar o programa, as gravações passaram a serem feitas em gravadores de celulares e microfones e editadas artesanalmente.
Na meia hora seguinte, J.P conversa com muito bom-humor sobre as gafes da ex-apresentadora do Globoesporte no Carnaval, a distribuição física das escolas de samba na paulicéia desvairada e defende o fim do campeonato paulista. Após o final da gravação do programa acende um cigarro, hábito que inicia logo após acordar e termina um pouco antes de dormir. Ao todo, J.P fuma quase um maço de cigarro por dia, o que equivale a um prejuízo de R$ 90,00 mensais em seu parco orçamento.
Para se locomover em São Paulo, J.P dirige um Celta de cor negra placa DLA 1673. Normalmente seu itinerário começa com uma carona para sua mãe, contabilista da Associação dos Advogados de São Paulo. De lá, parte para a Rua Atibaia, uma bucólica via de Perdizes aonde ainda é possível encontrar vagas sem flanelinhas às 7:30 da manhã, e assiste as aulas da faculdade. Após as pseudo-aulas do curso de Jornalismo da PUC-SP, J.P dirige até a Vila Zelina, um bairro da zona leste onde passou boa parte de sua infância devido ao colégio e a casa de sua avó D. Mas agora seu destino não é mais a casa de sua avó, falecida em setembro de 2006, mas sim a casa de sua tia-avó N, aonde almoça quase todos os dias por uma questão prática: sua mãe não tem tempo de cozinhar.
Após a refeição, J.P dirigi até a sua casa, localizada na Vila Alpina, outro bairro da Z.L paulistana aonde o único verde da região é uma bananeira localizada perto da delegacia de polícia local e a livraria mais próxima não está ao alcance de uma caminhada comum. Ao chegar em casa, João se deita e assiste alguns programas de TV, entre eles o Globoesporte e a animação Família da Pesada. Logo após o final dos programas, J.P normalmente tira uma soneca que pode variar de alguns minutos até mesmo a tarde toda.
J.P está namorando. A moça de cabelos ruivos, olhos cor de caramelo, estudante de farmácia da São Camilo e torcedora da mesma equipe que João torce se chama G. Alias, mas gosta de ser chamada simplesmente de G. Ambos se conheceram numa festa por intermédio do vocalista da banda em que João é baixista, os The Kobovs.
Formado inicialmente em 2002 devido a uma parceria com seu colega de sala, T.G (guitarrista), a banda acabou ganhando corpo nos anos seguintes quando se juntaram a dupla outros alunos do colégio São Miguel Arcanjo. A formação dos Kobovs é: M.D (voz), R.T (guitarrista solo) e G.O, o Bola (baterista), além do núcleo inicial. Os primeiros shows aconteceram no meio de 2005 e de lá a banda toca em diversos bares da zona leste paulistana com média de público superior ao início de grandes bandas, como os Sex Pistols.
No início da semana, G havia avisado que aconteceria uma festa, mas J.P não pode ir já que na sexta-feira teria aula na faculdade. Para “arrumar as coisas”, saiu na sexta à noite com ela para um restaurante de São Bernardo chamado Gira-Mundo. No cardápio pratos árabes e sobre cada mesa o milenar narguile. De lá, o casal saiu para uma “esticada” em uma das ruas vazias de São Bernardo.
G mora perto do sindicato dos metalúrgicos, onde Lula começou sua carreira política. Normalmente era lá onde as “esticadas” normalmente aconteciam, mas devido ao grande número de pedestres e o medo de serem atuados por atentado ao pudor em plena atividade sexual, o casal resolveu mudar suas atividades noturnas para uma rua mais tranquila.
São quatro e meia da manhã e J.P volta de suas atividades noturnas e desmaia na cama. Poucas horas depois é acordado por sua mãe para mais uma sessão de fisioterapia que acontecem todo sábado de manhã em sua casa. O motivo é uma dor no joelho que o incomoda. Após a sessão, J.P tentou recuperar o sono perdido, mas seu pai, P.J.M, também conhecido com Felipão por sua semelhança com o ex-técnico palmeirense, o acorda para o almoço em família que acontece na casa de seus tios.
Após o almoço familiar, J.P começa organizar sua noite. Ligou para outros dois colegas: A.M e M.D.B.
A amizade dos três data do início da faculdade, mas não foi no trote, onde normalmente os calouros se conhecem. O motivo é que enquanto A.M e J.P sofriam o trote em faculdades distintas de jornalismo, M.D.B estava perdido – e provavelmente bêbado – em alguma cidade do sul da Bahia.
Como a geladeira de M.D.B só existiam seis latinhas de cerveja, os três rapazes pegaram o Celta de J.P e as sombrias ruas do Butantã até o Pão de Açúcar da Praça Pan-Americana para se abasteceram de derivados de cerveja. No total, o grupo acabou comprando mais duas caixas de cerveja barata brasileira, três garrafas de cerveja argentina não tão barata e alguns petiscos.
De volta a casa de M.D.B, o papo rola solto e sem nexo. O papo começa com coisas banais, como a tentativa de criar uma lenda urbana usando o livro Conspiração de Edson Aran, mas à medida que a cerveja começa a agir no organismo de cada um o papo acaba caindo para coisas mais pessoais logo o trio discutia mulheres e carros, não exatamente nessa ordem.
M.D.B é o primeiro a se retirar. Usando um NICORETTE®, já que está tentando parar de fumar, o rapaz se despede dos amigos e vai para seu quarto, localizado na parte superior da casa. Na verdade ele não se retira completamente da conversa, pois de tempos em tempos solta alguns gritos. Pouco depois é a vez de A.M se retirar de cena e subir as escadas. J.P tentou acabou matando mais uma garrafa de cerveja argentina e subiu as escadas, mas em vez de dormir na cama dos pais de M.D.B acabou resolvendo dormir na bicama do quarto de M.D.B.
J.P acorda às 9 da manhã devido ao sol que batia em sua cabeça. Tenta dormir um pouco mais, mas não consegue devido a claridade do novo dia. Desceu as escadas e encontrou A.M já desperto na sala onde resolvem acordar M.D.B, que havia pedido para ser acordado quando eles decidissem ir embora.
Os relógios marcavam 10 e meia da manhã e indicavam uma temperatura de 32 graus, na sombra. João acende o seu cigarro matinal e acelera para a sua ZL.
J.P, ou J ou ainda J.B, como é chamado por seus colegas, limpa a garganta e começa a tradicional abertura do podcast que grava semanalmente, o Podcast do Androceu. Normalmente as gravações aconteciam no laboratório de rádio da PUC, mas devido às novas diretrizes da reitoria, toda produção não acadêmica foi suspensa. Para não acabar o programa, as gravações passaram a serem feitas em gravadores de celulares e microfones e editadas artesanalmente.
Na meia hora seguinte, J.P conversa com muito bom-humor sobre as gafes da ex-apresentadora do Globoesporte no Carnaval, a distribuição física das escolas de samba na paulicéia desvairada e defende o fim do campeonato paulista. Após o final da gravação do programa acende um cigarro, hábito que inicia logo após acordar e termina um pouco antes de dormir. Ao todo, J.P fuma quase um maço de cigarro por dia, o que equivale a um prejuízo de R$ 90,00 mensais em seu parco orçamento.
Para se locomover em São Paulo, J.P dirige um Celta de cor negra placa DLA 1673. Normalmente seu itinerário começa com uma carona para sua mãe, contabilista da Associação dos Advogados de São Paulo. De lá, parte para a Rua Atibaia, uma bucólica via de Perdizes aonde ainda é possível encontrar vagas sem flanelinhas às 7:30 da manhã, e assiste as aulas da faculdade. Após as pseudo-aulas do curso de Jornalismo da PUC-SP, J.P dirige até a Vila Zelina, um bairro da zona leste onde passou boa parte de sua infância devido ao colégio e a casa de sua avó D. Mas agora seu destino não é mais a casa de sua avó, falecida em setembro de 2006, mas sim a casa de sua tia-avó N, aonde almoça quase todos os dias por uma questão prática: sua mãe não tem tempo de cozinhar.
Após a refeição, J.P dirigi até a sua casa, localizada na Vila Alpina, outro bairro da Z.L paulistana aonde o único verde da região é uma bananeira localizada perto da delegacia de polícia local e a livraria mais próxima não está ao alcance de uma caminhada comum. Ao chegar em casa, João se deita e assiste alguns programas de TV, entre eles o Globoesporte e a animação Família da Pesada. Logo após o final dos programas, J.P normalmente tira uma soneca que pode variar de alguns minutos até mesmo a tarde toda.
J.P está namorando. A moça de cabelos ruivos, olhos cor de caramelo, estudante de farmácia da São Camilo e torcedora da mesma equipe que João torce se chama G. Alias, mas gosta de ser chamada simplesmente de G. Ambos se conheceram numa festa por intermédio do vocalista da banda em que João é baixista, os The Kobovs.
Formado inicialmente em 2002 devido a uma parceria com seu colega de sala, T.G (guitarrista), a banda acabou ganhando corpo nos anos seguintes quando se juntaram a dupla outros alunos do colégio São Miguel Arcanjo. A formação dos Kobovs é: M.D (voz), R.T (guitarrista solo) e G.O, o Bola (baterista), além do núcleo inicial. Os primeiros shows aconteceram no meio de 2005 e de lá a banda toca em diversos bares da zona leste paulistana com média de público superior ao início de grandes bandas, como os Sex Pistols.
No início da semana, G havia avisado que aconteceria uma festa, mas J.P não pode ir já que na sexta-feira teria aula na faculdade. Para “arrumar as coisas”, saiu na sexta à noite com ela para um restaurante de São Bernardo chamado Gira-Mundo. No cardápio pratos árabes e sobre cada mesa o milenar narguile. De lá, o casal saiu para uma “esticada” em uma das ruas vazias de São Bernardo.
G mora perto do sindicato dos metalúrgicos, onde Lula começou sua carreira política. Normalmente era lá onde as “esticadas” normalmente aconteciam, mas devido ao grande número de pedestres e o medo de serem atuados por atentado ao pudor em plena atividade sexual, o casal resolveu mudar suas atividades noturnas para uma rua mais tranquila.
São quatro e meia da manhã e J.P volta de suas atividades noturnas e desmaia na cama. Poucas horas depois é acordado por sua mãe para mais uma sessão de fisioterapia que acontecem todo sábado de manhã em sua casa. O motivo é uma dor no joelho que o incomoda. Após a sessão, J.P tentou recuperar o sono perdido, mas seu pai, P.J.M, também conhecido com Felipão por sua semelhança com o ex-técnico palmeirense, o acorda para o almoço em família que acontece na casa de seus tios.
Após o almoço familiar, J.P começa organizar sua noite. Ligou para outros dois colegas: A.M e M.D.B.
A amizade dos três data do início da faculdade, mas não foi no trote, onde normalmente os calouros se conhecem. O motivo é que enquanto A.M e J.P sofriam o trote em faculdades distintas de jornalismo, M.D.B estava perdido – e provavelmente bêbado – em alguma cidade do sul da Bahia.
Como a geladeira de M.D.B só existiam seis latinhas de cerveja, os três rapazes pegaram o Celta de J.P e as sombrias ruas do Butantã até o Pão de Açúcar da Praça Pan-Americana para se abasteceram de derivados de cerveja. No total, o grupo acabou comprando mais duas caixas de cerveja barata brasileira, três garrafas de cerveja argentina não tão barata e alguns petiscos.
De volta a casa de M.D.B, o papo rola solto e sem nexo. O papo começa com coisas banais, como a tentativa de criar uma lenda urbana usando o livro Conspiração de Edson Aran, mas à medida que a cerveja começa a agir no organismo de cada um o papo acaba caindo para coisas mais pessoais logo o trio discutia mulheres e carros, não exatamente nessa ordem.
M.D.B é o primeiro a se retirar. Usando um NICORETTE®, já que está tentando parar de fumar, o rapaz se despede dos amigos e vai para seu quarto, localizado na parte superior da casa. Na verdade ele não se retira completamente da conversa, pois de tempos em tempos solta alguns gritos. Pouco depois é a vez de A.M se retirar de cena e subir as escadas. J.P tentou acabou matando mais uma garrafa de cerveja argentina e subiu as escadas, mas em vez de dormir na cama dos pais de M.D.B acabou resolvendo dormir na bicama do quarto de M.D.B.
J.P acorda às 9 da manhã devido ao sol que batia em sua cabeça. Tenta dormir um pouco mais, mas não consegue devido a claridade do novo dia. Desceu as escadas e encontrou A.M já desperto na sala onde resolvem acordar M.D.B, que havia pedido para ser acordado quando eles decidissem ir embora.
Os relógios marcavam 10 e meia da manhã e indicavam uma temperatura de 32 graus, na sombra. João acende o seu cigarro matinal e acelera para a sua ZL.
4 comentários:
bem, max, ficou legal, apesar de algumas coisas extremamente fantasiosas...
J.P.C de M. eh O kra
J.P. de C. eh R.
Max, o correto é AUTUADO, e não atuado.
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