28 de fev. de 2008

Um bom final?

No dia 3 de setembro de 1989, um Boeing 737 da Varig (vôo 254) fazia a rota Marabá-Belém.
Era um vôo de rotina, pilotado pelo experiente comandante Cézar Garcez, com 15 anos no ramo.
Uma peculiar sucessão de erros resultou numa tragédia inesperada pelo mais pessimista dos passageiros. Quando falamos em acidentes de avião, temos sempre a idéia de alguma pane mecânica que fez a aeronave cair e matar todos a bordo.
O que ocorreu dessa vez foi que o vôo 254 não conseguiu chegar em Belém. Completamente perdido, ficou sobrevoando a floresta amazônica até seu combustível acabar. O piloto foi obrigado a fazer um pouso forçado. Resultado: das 54 pessoas do avião, 13 morreram e 41 ficaram feridas.
O erro do comandante Garcez foi na hora de digitar o destino do vôo no computador de bordo: ao invés de 027,0º, ele colocou 270º. O piloto (um caso raro que sobreviveu ao acidente) alegou que a Varig não o havia ensinado sobre essa possível variação.
Com os dois pilotos vivos e a caixa-preta intacta, a investigação tinha tudo para achar o culpado do acidente. Os dois responsáveis pelo vôo foram julgados e considerados culpados. Após diversas apelações, as penas foram convertidas em multas e trabalhos comunitários.
Abaixo temos a gravação da caixa-preta pouco antes do pouso forçado.

27 de fev. de 2008

Permitam-me, novamente, este espaço jornalístico...

...para dizer que:

NÃO!

Não caí e não quebrei o dente.

e que, embora muitos queiram, tudo não passou de ficção.
e que, confesso, agi equivocadamente quando pedi o espaço JORNALÍSTICO para contar uma mentira.

Não sabia que não podia.



Mau jornalismo?

22 de fev. de 2008

Permitam-me este espaço jornalístico...

...para dizer QUE:
SIM!

Caí...e quebrei um dente.

E que ninguém me socorreu na rua.
E que nenhum Capote da vida escreveria um livro sobre isso.
E que meu dente jamais terá destaque nos gols da rodada do Fantástico ou no Video Show.
E que nenhum "funkeiro" fará um funk sobre mim.
E que a rua onde caí não será ponto turístico pra inglês ver.
E que minha mãe nem sabe que seu filho agora está sem um dente.
E que se eu deixar um bigodinho crescer, parecerei com o tiririca.
E que, mesmo assim, jamais terei como companheiras de balada a Amy Winehouse, a Britney Spears e a Paris Hilton.


Obrigado.

18 de fev. de 2008

aquele inferno.

aquele inferno
quer voltar
nunca deixou de existir
pois é um bom fingidor
aquele que esconde de si
eu sou assim
não disse a ninguém
que meu sorriso nunca existiu
pois é um bom fingidor
aquele que ri para si
apenas queria dizer
a ela ou a qualquer outra
que você pode sim
levar sua vida
sabendo que continuarei aqui
sonhando nossos sonhos
você pode seguir, confie em mim
não tem problema se agora apenas eu seguir
pois sou bom nesse negócio aqui
de ser bom fingidor
pois vai dizer que você não reparou
que eu ainda sinto dor?

11 de fev. de 2008

Tragicomédia alemã

O cenário é um típico programa sensacionalista alemão. O tema do dia é sobre erros médicos.
São dois entrevistados: uma mulher que ficou paralítica após uma falha numa cirurgia e um cidadão que ficou com uma voz fina após operarem sua garganta.
Tudo corria normalmente até o ilustre apresentador ter um ataque de risos. O vídeo é muito engraçado, mas no fundo é meio deprimente...alguém gostaria que rissem de sua desgraça?

10 de fev. de 2008

Momento Jaba: pierro music.

estudante de jornalismo louco no guitarra dá nisso:

6 de fev. de 2008

A entrevista

Para conseguir um estágio, bata um papo com o pessoal do RH e com o diretor da empresa...(baseado em fatos super-reais, mega-reais, tão reais que chegam a ser simulacros!)

Diretor: Hum... Bruno...
Bruno: Hum... Diretor...
Diretor: Então, Bruno, quero saber primeiro de você uma coisa: por que PUC e não USP?
Bruno: Bem... Realmente, como qualquer pessoa, eu prestei fuvest, né... Mas não consegui passar. Mas hoje vejo que estou no lugar certo...
Diretor: Ah é? Por que, Bruno?
Bruno: Ah, eu vejo que lá na PUC eu passei por momentos e situações extra-classe que fizeram com que eu pudesse obter um conhecimento a mais... Seja participando de debates, aulas públicas, seja discutindo com professores o futuro de nossa universidade... Enfim, tive oportunidade de entrar em contato com o meio acadêmico de uma forma que eu acho que não conseguiria em nenhuma outra universidade. Sem falar que o ambiente da PUC me agrada muito.
Diretor: Hum, Bruno...Sei, legal. Mas acho que você ainda não entendeu minha pergunta: por que não a USP?
Bruno: Hum... Sei você quer saber por que não sou aluno de lá, né? Objetivamente... Bem, por que não passei no vestibular (risos contidos).
Diretor: Ahhh é? Por isso não a USP né?
Bruno: É... E o senhor? Por que diretor da C*S* e não reitor da USP?
Diretor: Hum...Bruno. Entendi. Bem, você gosta de literatura?
Bruno: Gosto, gosto sim. Ultimamente tenho lido mais coisas sobre jornalismo, jornalismo científico, devo confessar, por causa da minha iniciação científica. Mas como ela já está quase no fim, estou procurando ler mais romances...coisas de realismo mágico....
Diretor: Mas você costuma ler romances?
Bruno: Isso...Não, romances não, mas bulas de remédio, placas de aviso nos ônibus, contratos empresariais, tudo isso leio muito.
Diretor: Por que o jornalismo?
Bruno: Por que o Jornalismo?... Está aí uma questão muito pertinente... Desde Gutenberg nos perguntamos qual o papel do jornalismo em nossas sociedades... Vamos marcar um café, qualquer dia desses, para que possamos ter uma agradável discussão sobre esta tão intrigante dúvida.
Diretor: Sim, pode apostar que tomaremos o café.
Bruno: Que ótimo.
Diretor: O que você faz, além de estudar?
Bruno: Toco baixo e ando de skate.
Diretor: Tem banda?
Bruno: Sim, me dedico muito... Se um dia precisar faltar ao trabalho para fazer um show... Nossa, farei de tudo para que seja o melhor show da minha vida, cara!
Diretor: Hum...Como chama a banda?
Bruno: Lonnes.
Diretor: O que significa?
Bruno: Não sei. Estávamos todos bêbados quando o criamos.
Diretor: Olha, Bruno. Você é uma pessoa bem sincera. Não tem medo disso?
Bruno: Tenho mais medo das mentiras.
Diretor: Bem... Creio que já é o suficiente.
Bruno: Demoro!Vocês avisam por telefone, qualquer que seja a resposta?
Diretor: Claro!



_E, em um E-MAIL:

Caro, Bruno

Está bom para vc sábado as 17:30 aquele café? Pode ser lá na Paulista?
Ah... a propósito, não o chamaremos agora para estagiar aqui, ok?
abç!

Diretor.




(É, amiguinhos... O mercado de trabalho não existe!)

5 de fev. de 2008

O mundo louco e o louco-mundo (parte I)

O mundo está dentro de seu Verdi, que, por sua vez, está dentro do mundo. Mas um não suporta mais o outro


Andamos pelas ruas, a caminho de algum lugar e sempre com um objetivo em mente. Chegar a um destino, por exemplo a faculdade, o trabalho, a casa de um amigo, etc, etc. O tempo cronológico nos faz de escravos, o que já se naturalizou em nossa sociedade. Todo mundo precisa fazer algo e, mesmo aqueles que se dizem desocupados, também têm uma finalidade, seja caminhar para qualquer lugar, para passear mesmo, seja para encontrar um banco de uma praça e descansar. É cada vez mais raro conhecermos pessoas que possam se dedicar, exclusivamente, ao pensamento. “Como assim?”, o leitor perguntará. “E os filósofos, os poetas, os professores, enfim?”. De fato, são pensadores. Dedicam-se, é verdade, à reflexão sobre diversos problemas, apóiam-se na lógica, nas metodologias, na razão...Desenvolvem teorias, conceitos, identificam paradigmas velhos e novos, solucionam equações, exploram a imaginação para compreenderem a realidade. Entretanto, este grande grupo de pensadores contemporâneos não está livre do mundo acadêmico que os cerca. São profissionais, seguem normas, são pagos por isso, aposentam-se. Muitos ficam presos a um mundo tão teorizado, que a coisa mais simples do mundo real parece-lhes um absurdo, tamanho é o choque entre teoria e prática.
São raros, portanto, verdadeiros pensadores. Que sacrificam qualquer carreira possível numa academia, não para poderem se dedicar exclusivamente ao livre pensamento, mas porque simplesmente o mundo padronizado não satisfaz a eles. Ou melhor, este mundo não se satisfaz com este tipo de pessoa, que é profundamente decepcionada com a realidade.Sim, como numa espécie de trauma, a realidade o decepciona e o agride, levando-o a questionar tudo.
Quando, então, estamos na rua, pensando em nós mesmos e, de repente, somos abordados por uma figura dessas, que, desesperadamente, começam a nos falar de grandes problemas da humanidade, revelam seus sofrimentos e dizem que os culpados são o Estado, Bush e o demônio, despejam suas idéias, muitas vezes utópicas e violentas, mas não por isso incoerentes e sem sentido, logo a taxamos de louca. O conceito de loucura, hoje, é tão usado quanto a água que usamos no banho. Banalizou-se e, dessa forma, aquele que vive a realidade, e a contesta, assim como se choca com ela, é o louco. Loucos urbanos...Pensam ao mesmo tempo em que passam fome. Pobreza... Que outro pesquisador conseguiria ficar tão próximo assim de seu objeto de estudo?

...


“As raivas, as farras, a loucura, de que sei todos os ímpetos e os desastres – larguei meu fardo inteiro. Vejamos sem vertigem a medida da minha inocência”


Não são ainda nem oito da manhã quando passa, na frente do edifício Adonis, localizado na Aclimação, bairro da região central de São Paulo, um senhor magro, alto, com uma barba por fazer e os cabelos embaraçados. Tem um olhar atento, como se procurasse alguém especificamente. Suas roupas são as mesmas que o vestiram ontem e serão as de amanhã também. Com passos largos, determinado, segue em direção ao ponto de ônibus que fica em frente ao balneário do Cambuci, na avenida Lins de Vasconcelos. Antes, cumprimentou o porteiro do prédio, o dono da banca de jornal e quem mais tenha trocado olhares com ele pelo caminho. Tem sessenta anos de idade, é formado em Direito e agora está indo para qualquer lugar, carregando livros. Se conseguir, nessas andanças que terá pela frente, venderá alguns livros, catará algumas latinhas de alumínio, que serão trocadas por algum dinheiro e, no fim do dia, terá sobrevivido para, amanhã, recomeçar tudo novamente.
Seu Verdi é conhecido, pelo menos na região onde vive. É fácil de vê-lo transitando por aí, entrando em bares e fazendo verdadeiras análises sobre a situação política atual do país. Tem o costume de perguntar aos jovens que encontra em pontos de ônibus (ou mesmo dentre destes), se estão de acordo com o governo em vigência; qual livro estão lendo no momento; o que pretendem fazer para melhorar o Brasil...Além de mostrar algumas colagens que faz com fotos de revistas velhas. Certa vez explicou uma delas:

_O que você está vendo na foto?
_Um satélite?
_Isso. E pra que ele está aí?
_Bem, este parece ser daqueles que fazem expedições a outros planetas, para procurar outras formas de vida...
_Exatamente. E, agora, o que você vê nesta outra foto?
_Hum...É uma pessoa. Parece um índio, certo?
_Isso. É um índio. O homem está procurando extraterrestres! E o índio? Quem se lembra deles?

Sem dúvida, é politizado. Quem o observa com mais atenção, certamente pensará que, na juventude, foi líder comunitário, ou participou de algum movimento estudantil, ou já foi ligado a um partido de esquerda durante a ditadura militar e, portanto, já foi preso político, quiçá um exilado político em algum país latino americano! Tem vocabulário, fala firme e convincente. E, realmente, não estariam errados ao verem, de maneira estereotipada, uma pessoa tão ativa politicamente nos olhos do senhor que, hoje, passa como louco nas enormes ruas de São Paulo.


(CONTINUA)

3 de fev. de 2008

Achei no Orkut!

"No alto do castelo, há uma linda princesa - muito carente - que foi ali trancada, e é guardada por um grande e terrível dragão"...

HEAVY METAL:
O protagonista chega no castelo numa Harley Davidson, mata o dragão, enche a cara de cerveja com a princesa e depois transa com ela.

METAL MELÓDICO:
O protagonista chega no castelo num cavalo alado branco, escapa do dragão, salva a princesa, fogem para longe e fazem amor.

THRASH METAL:
O protagonista chega no castelo, duela com o dragão, salva a princesa e transa com ela.

POWER METAL:
O protagonista chega brandindo sua espada e trava uma batalha gloriosa contra o dragão. O dragão sucumbe enquanto ele permanece em pé, banhado pelo sangue de seu inimigo, sinal de seu triunfo. Resgata a princesa. Esgota a paciência dela com auto-elogios e transa com ela.

FOLK METAL:
O protagonista chega acompanhado de vários amigos e duendes tocando acordeon, alaúde, viola e outros instrumentos estranhos. Fazem o dragão dormir depois de tanto dançar, e vão embora, sem a princesa, pois a floresta está cheia de ninfas, elfas e fadas.

VIKING METAL:
O protagonista chega em um navio, mata o dragão com um machado, assa e come. Estupra a princesa, pilha o castelo e toca fogo em tudo antes de ir embora.

DEATH METAL:
O protagonista chega, mata o dragão, transa com a princesa, mata a princesa e vai embora.

BLACK METAL:
Chega de madrugada, dentro da neblina. Mata o dragão e empala em frente ao castelo. Sodomiza a princesa, a corta com uma faca e bebe o seu sangue em um ritual até matá-la. Depois descobre que ela não era mais virgem e a empala junto com o dragão.

GORE:
Chega, mata o dragão. Sobe no castelo, transa com a princesa e a mata. Depois transa com ela de novo. Queima o corpo da princesa e transa com ele de novo.

DOOM METAL:
Chega no castelo, olha o tamanho do dragão, fica deprimido e se mata. O dragão come o cadáver do protagonista e depois come a princesa.
WHITE METAL:
Chega no castelo, exorciza o dragão, converte a princesa e usa o castelo para sediar mais uma "Igreja Universal do Reino de Deus".

NEW METAL:
Chega no castelo se achando o bonzão e dizendo o quanto é bom de briga. Quer provar para todos que também é foda e é capaz de salvar a princesa. Acha que é capaz de vencer o dragão; perde feio e leva o maior cacete. O protagonista New Metal toma um prozak e vai gravar um disco "The Best Of".

GRUNGE:
Chega drogado, escapa do dragão e encontra a princesa. Conta para ela sobre a sua infância triste. A princesa dá um soco na cara dele e vai procurar o protagonista Heavy Metal. O protagonista grunge sofre uma overdose de heroína.

ROCK N'ROLL CLÁSSICO:
Chega de moto fumando um baseado e oferece para o dragão, que logo fica seu amigo. Depois acampa com a princesa numa parte mais afastada do jardim e depois de muito sexo, drogas e rock n roll, tem uma overdose de LSD e morre sufocado no próprio vômito.

PUNK ROCK:
Cospe no dragão, joga uma pedra nele e depois foge. Pixa o muro do castelo com um "A" de anarquia. Faz um moicano na princesa e depois abre uma barraquinha de fanzines no saguão do castelo.

EMOCORE:
Chega ao castelo e conta ao dragão o quanto gosta da princesa. O dragão fica com pena e o deixa passar. Após entrar no castelo ele descobre que a princesa fugiu com o protagonista Heavy Metal. Escreve uma música de letra emotiva contando como foi abandonado pela sua amada e como o mundo é injusto.

PROGRESSIVO:
Chega, toca um solo virtuoso de guitarra de 26 minutos. O dragão se mata de tanto tédio. Chega até a princesa e toca outro solo que explora todas as técnicas de atonalismo em compassos ternários compostos aprendidas no último ano de conservatório. A princesa foge e vai procurar o protagonista Heavy Metal.

GLAM ROCK:
Chega no castelo. O dragão rí tanto quando o vê que o deixa passar. Ele entra no castelo, rouba o hair dresser e o batom da princesa. Depois a convence a pintar o castelo de rosa e a fazer luzes nos cabelos.
INDIE ROCK:
Entra pelos fundos do castelo. O dragão fica com pena de bater em um nerd franzino de óculos e deixa ele passar. A princesa não aguenta ouvir ele falando de moda e cinema, e foge com o protagonista Heavy Metal.