Acabo de ler um artigo* de Luiz Eduardo Magalhães, editor de política do DCI e, ao mesmo tempo, membro do conselho editorial do jornal Brasil de Fato.
O texto, por sinal, é muito bom – e óbvio. Magalhães traça um perfil das eleições presidenciais de 2010. Trabalha em cima de três hipóteses, ambas ancoradas na atual situação econômica mundial. No primeiro cenário – e não quero pensar que cenário é teatro - os países emergentes, como o nosso arguto Brasil, serão afetados pela crise do sub-prime e efemérides á semelhança dos modelos econômicos. Numa crise como essa, o presidente Lula “não moveria uma palha para mudar a legislação e disputar um eventual terceiro mandato” – e a possibilidade de Lula nunca ter pensado em terceiro mandato? Tentaria fazer seu sucessor, rezando para que a crise não deixe má impressão de seu governo.
Outra hipótese é a de a crise descolar dos emergentes. Neste caso, eu paro por aqui – me recuso a mais paráfrases. O artigo é bom – e óbvio, ou seja, não é a primeira vez que fazem prognósticos para 2010. Mas que importância tudo isso tem?
O jornalismo, ao dar exclusividade à eleição de 2010, transforma-se numa ficção com aparência de verdade. Conforma-se, e desloca sua função, passando a atuar como elemento de futurologia. Indica os cenários pomposos, demonstra sua erudição e capacidade óbvia de ver o que está posto. Parece ser sério. As previsões do jornalismo são previsíveis. Não foge. Não pede mais. Nosso jornalismo torna a eleição uma vedete. Esquece que, ao analisar demais, não proporá novas pautas e, finalmente, as previsões se consolidarão. E se consolidarão porque o jornalismo não serviu de espaço de debates.
O consenso entre os analistas de política faz das coisas sempre assim, ruins, desiguais. Depois, é fácil dizer “eu acertei”. Claro, você nunca permitiu outra pauta, outro jornalismo. Que diabos!
* http://www.correiocidadania.com.br/content/view/2181/49/
O texto, por sinal, é muito bom – e óbvio. Magalhães traça um perfil das eleições presidenciais de 2010. Trabalha em cima de três hipóteses, ambas ancoradas na atual situação econômica mundial. No primeiro cenário – e não quero pensar que cenário é teatro - os países emergentes, como o nosso arguto Brasil, serão afetados pela crise do sub-prime e efemérides á semelhança dos modelos econômicos. Numa crise como essa, o presidente Lula “não moveria uma palha para mudar a legislação e disputar um eventual terceiro mandato” – e a possibilidade de Lula nunca ter pensado em terceiro mandato? Tentaria fazer seu sucessor, rezando para que a crise não deixe má impressão de seu governo.
Outra hipótese é a de a crise descolar dos emergentes. Neste caso, eu paro por aqui – me recuso a mais paráfrases. O artigo é bom – e óbvio, ou seja, não é a primeira vez que fazem prognósticos para 2010. Mas que importância tudo isso tem?
O jornalismo, ao dar exclusividade à eleição de 2010, transforma-se numa ficção com aparência de verdade. Conforma-se, e desloca sua função, passando a atuar como elemento de futurologia. Indica os cenários pomposos, demonstra sua erudição e capacidade óbvia de ver o que está posto. Parece ser sério. As previsões do jornalismo são previsíveis. Não foge. Não pede mais. Nosso jornalismo torna a eleição uma vedete. Esquece que, ao analisar demais, não proporá novas pautas e, finalmente, as previsões se consolidarão. E se consolidarão porque o jornalismo não serviu de espaço de debates.
O consenso entre os analistas de política faz das coisas sempre assim, ruins, desiguais. Depois, é fácil dizer “eu acertei”. Claro, você nunca permitiu outra pauta, outro jornalismo. Que diabos!
* http://www.correiocidadania.com.br/content/view/2181/49/
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