30 de jun. de 2010

Puta mundo injusto, meu

Todo mundo já sabe: o Brasil - representando por Dunga e seus asseclas - vai enfrentar a Holanda nessa sexta, pelas quartas-de-final da ruidosa copa do mundo das vuvuzelas. A tendência é que seja um jogo minimamente decente, ao contrário da média da copa , tipo Japão x Paraguai.
Infelizmente, nós, brasileirinhos que não desistimos nunca (nem com a propaganda contrária do Extra), teremos que zicar um país tão simpático como a Holanda. Abaixo, enumero algumas coisas que fazem o torcer contra os laranjas uma puta falta de sacanagem:




Cervejinhas


Red Light District



Coffee Shops


Holandesas

E um dos maiores cantores de música popular holandesa do mundo: Van der Vieldner


27 de jun. de 2010

Contra a depressão pós-eliminação, Monty Python

Alemanha e Inglaterra, uma rivalidade de verdade





A,E,I,O,U, pega o salcichao e enfia ele no ...

Galvão Bueno adora
dizer que Brasil e Argentina é a maior rivalidade de todos os
tempos, universos e dimensões. Afinal os dois países se
enfrentaram em inúmeras batalhas bélicas, politicas e desportivas
nos últimos 100 anos (Vai Corinthians...). Not!
Apesar do narrador mais
amado pela população londrina ( não existe ironia nessa frase)
tenta vender que a rivalidade apenas desportiva entre brazukas e
hermanos e a maior, melhor, mais bonita, cheirosa e bla bla bla de
todos os tempos e planetas, existem rivalidades mais fortes em outros
lugares do mundo.
Por exemplo, Inglaterra
e Alemanha. Não e preciso ser nenhum PIMBA da vida para saber que os
dois países foram atores principais de algumas das piores atividades
bélicas que assolaram a Europa através dos tempos; fora isso
britânicos e germânicos já foram rivais históricos em na politica
durante a época da “colonização” africana e se não bastasse
tudo isso, os dois povos são clássicos rivais em diversas
modalidades desportivas.
Contudo, a historia entre os dois povos e recheada de casos e curiosidades. Pos WWI, por exemplo, Londres foi uma das principais aliadas de Berlim no processo de voltar a comunidade das Nacoes; e hoje em dia existe um quarto de milhoes de ingleses vivendo na Alemanha e um quinto de milhao de germanicos vivendo na Inglaterra

E na tarde de hoje
(manha no Brasil) uma nova pagina sera escrita nessa história de amor e odio (tipicos ingredientes de uma boa rivalidade), já
que os dois times se enfrentaram pelas oitavas de final da World Cup
2010 no Free State Stadium, em Bloemfontein.
O primeiro jogo entre o
English Team e o Die Mannschaft aconteceu em 10/05/1930, quando em
partida amistosa ingleses e germânicos empataram em 3 a 3 em Berlim.
Cinco anos depois os dois times voltavam a se enfrentar em Londres
com os ingleses colocando os jogadores rivais na roda: 3 a 0 fora o
show. A terceira partida e uma das mais significativas para os
amantes do binômio futebol/história: jogando fora de casa o English
Team bate a seleção alemã por 6-3 com um convidado pra la de
“especial” nos camarotes: Aldolf Hittler, que queria provar a
superioridade ariana diante dos “macacos da ilha” no ludopédio.
Não deu.
Outro fato curioso e
que ate 1968, ou seja, 38 anos da história do confronto, o English
Team não soube o que era ser derrotado. Nesse meio tempo a
Inglaterra conquistava a sua primeira Copa do Mundo batendo
justamente os germânicos no tempo extra.
Contudo a história
mudaria completamente depois da magra vitoria por 1 a 0 alemã em
Hanôver. Nos 20 conflitos seguintes, o Die Mannschaft venceu 12,
empatou três e foi derrotada cinco. Destaque para as vitorias nas
Copas de 82 e 90 alem da Euro de 1996 quando derrotaram os ingleses
nos pênaltis em Wembley. Os ingleses se vingariam ao
derrotar os germânicos por 1 a 0 na Euro de 2000, disputada na
Bélgica.
Nos últimos dois
confrontos, uma vitoria para cada lado. O curioso da situação e que
o ambos só times foram derrotados em casa. Inicialmente a Alemanha
venceu a Inglaterra por 2-1, em Londres, para depois ser batida pelo
mesmo placar em Berlim.
E entrando no ritmo de
aquecimento do jogo, uma ultima curiosidade e uma propaganda feita por uma empresa de
celulares sul-africana muito antes do sorteio dos grupos que fala sobre essa rivalidade secular. A curiosidade e que o English Team, apesar de ser o "mandante" da partida pediu formalmente a FIFA para usar o seu segundo uniforme por serem as cores que vestia ao vencer a Copa de 1966. Devem ser atendidos.





And C'mon
England!!!

25 de jun. de 2010

Fuga feminina na música


Meu primeiro texto para o blog poderia ser sobre qualquer assunto. Não porque sou sábia ou inteligentíssima. Até porque estou longe de ser qualquer uma dessas opções. Mas porque o Androceu permite essa liberdade.

Porém escolhi falar sobre um tema que gosto muito. Lenny Kravitz diria que a música salvou a vida dele. Eu posso dizer ela mudou e melhorou a minha. Portanto, este texto é muito mais um tributo a ela do que qualquer outra coisa.

Decidido isto, o mais difícil foi escolher sobre quem falar. Sobre os Beatles, a maior banda de todos os tempos? Alice In Chains, a minha preferida? Rush, o melhor power trio?

Depois de muito pensar, optei por colocar as mulheres em evidência. Afinal, é uma das primeiras postagens femininas do blog, então, por que não fazer essa pequena homenagem? Fora que, nada me impede de voltar aqui e falar sobre essas outras, certo?

Em agosto deste ano, será lançado aqui no Brasil um filme chamado The Runaways, biografia da banda norte-americana da década de 1970 que revolucionou o rock – pelo menos para as mulheres. O filme é baseado no livro Neon Angel, escrito pela vocalista do grupo, Cherie Currie, que hoje é – pasmem – escultora com motosserra.

Além dela, faziam parte da banda as guitarristas Lita Ford e Joan Jett, a minha preferida. Ela é considerada a 87ª melhor guitarrista pela Rolling Stone.

A banda durou apenas quatro anos, mas conseguiu impressionar. Eram cinco garotas adolescentes fazendo música de homens. Seu primeiro grande sucesso foi Cherry Bomb, cujo clipe levava os marmanjos à loucura: era novo, diferente e atraente ver meninas fazendo rock n’ roll.

A banda acabou por conta de diversas trocas de integrantes e desentendimentos nas preferências musicais, além de problemas externos, como a crítica. Mas esse não foi o fim delas. Algumas procuraram outras carreiras, outras ficaram com a música e tiveram seu sucesso. Você pode encontrar mais detalhes individuais na internet.

Meu destaque pessoal é Joan Jett, que foi a primeira mulher a fundar uma gravadora. Jett gravou seu primeiro álbum solo em 1980, que foi rejeitado por 23 gravadoras, até que ela abriu o selo Blackheart Records, junto com o compositor e produtor Kenny Laguna. É dela a versão mais conhecida de I Love Rock N’ Roll, além de outros fantásticos hits, como Do You Wanna Touch Me, I Hate Myself For Loving You, Bad Reputation, Everyday People, Little Lier, Fake Friends, Crimson And Clover, entre muitas outras.

O filme sobre a banda, já lançado nos Estados Unidos, ganhou grande repercussão por conta das atrizes que interpretam as musicistas. As estrelas da saga Twilight, Kristen Stewart e Dakota Fanning, são Jett e Currie, respectivamente. Elas foram inclusive treinadas pelas próprias e tiveram que aprender a cantar e tocar como as originais.

Os fãs esperam que a banda não vire modinha só por causa disso, mas seja um reconhecimento da importância destas garotas talentosas, que compunham e tocavam sem inibições. E que ainda hoje fazem música de qualidade, o que é um grande incentivo para quem gosta da verdadeira arte, seja você homem ou mulher.


DC é tímida com relação às críticas. Mas resolveu se arriscar depois de ser incentivada por João e Mario no último final de semana. Obrigada, meninos. Vem mais (e melhores) por aí... E ainda, recomenda os leitores a procurarem também outras roqueiras das antigas, como Suzi Quatro e Heart.

23 de jun. de 2010

As previsões da Copa

Outro dia estava pensando onde é que estariam aquele pessoal que prevê o futuro e sempre aparece depois de alguma tragédia, tipo acidentes aéreos, morte de gente famosa e eliminações da seleção na Copa do Mundo. E eu lembrava que tinha um sujeito que apareceu um 2006, falou que tinha sonhado com a eliminação, e, não bastasse, dizia também que o Brasil não ganharia em 2010 se Felipão não estivesse no comando.
A única coisa que lembrava é que ele registrava em cartório suas previsões, e depois falava "aí, adivinhei". Então, nosso sempre amigo Google resolveu meus problemas quando procurei por "previsões registradas em cartório", e lá estava quem eu procurava (ta dáá):
Jucelino Nóbrega da Luz.

Segundo seu site, Jucelino é paranaense e tem seus sonhos desde os nove anos de idade. Obviamente seus sonhos premonitórios abrangem todo tipo de coisas, mas vamos ao que interessa: futebol.

Procurando no seu site (ôpa, esqueci de colocar o link: http://www.jucelinodaluz.com.br/) você encontra lá as previsões pras copas. Digo "pras copas", porque lá está escaneada uma carta, escrita (supostamente) em maio de 1970, prevendo os semifinalistas até 2026.
Para a edição de 2010, o palpite para o campeão ate que é um bocado válido: a Alemanha levaria o tetra. O foda é que o vice seria a França.
Enfim, vou parar de contar. Entrem vocês lá. E não deixem de conferir as previsões para Copa de 2014!

22 de jun. de 2010

England:I want to believe. Now!



England! Do not worry! Max is here and believes that he will be celebrating the classification.
And Germany, be aware and have fear. A lot of fear.

18 de jun. de 2010

Separados no nascimento?

Zina, ex Pânico na TV

Faouzi Chaouchi, goleiro frangueiro da Argélia nessa Copa.

11 de jun. de 2010

Arriba, España!



Aconteceu no ultimo sábado, seis de junho, o festival de rua Taste of Spain em Londres. Organizado pelas providencias espanholas com o objetivo de mostrar um pouco da cultura hispânica na capital inglesa, a festa contou com as cervejas de Barcelona, os chapéus de Madrid, os churros de Andaluzia e excelente musica valenciana.
A língua não poderia ser outra: espanhol. Segundo dados da prefeitura de Londres, o espanhol e a quarta língua mais falada na cidade, atras do inglês, indiano e do português e como o nativo espanhol recebe muito bem o seu hermano, um espanhol pode facilmente passar anos em Londres falando apenas a sua língua nativa. Este fato causou algumas historias curiosas como a de um policial tentando explicar por gestos alguma coisa para um espanhol trajando a camisa do Barcelona e usando os tradicionais chifres de touros.
Falando em touros e chifres, destaque para as mocinhas espanholas que bailavam pelas ruas da cidade. Se dizem que a lambada brasileira e a dança proibida e porque nunca viram uma espanhola bêbada dançando. Ah se eu tivesse uns dois pints a mais de cerveja no sangue, soubesse algumas palavras em espanhol ou soubesse cantar a musica que segue abaixo do texto de maneira descente com certeza somaria mais um pais ao projeto volta ao Mundo
Enfim, ficou o gostinho de quero mais. Ficou o gostinho de querer conhecer a verdadeira Espanha: ver uma tourada, tomar a excelente cerveja nativa e cantar a musica do 14 Bis a plenos pulmões para a chica que baila a caminho da tourada. Enfim, Espanha, se prepara, pois Max Fischer pode estar a caminho de seus verdes campos mais breve do que você imagina. E ele já avisa que não se responsabiliza por seus atos.



Extra: Fotinhos sobre as espanholas aqui (tem que caçar no meio das outras fotos do evento).

10 de jun. de 2010

It's time to bet. Or not.


Mega-Sena? Coisa de amador que nao sabe apostar...

Do correspondente internacional

Conhecidos por seus hábitos estranhos, como tomar chá as cinco da tarde ou serem os idealizadores de dois dos esportes mais praticados ao redor do mundo, mas raramente vencer suas competições mundiais, os ingleses gostam – e muito – de apostar.


Nas ultimas eleições gerais, por exemplo, as principais casas de aposta estamparam em letras garrafais os ratios das inúmeras apostas possíveis, como quem seria o primeiro ministro, qual tipo de Parlamento o Reino Unido teria e quais seriam as primeiras palavras que o primeiro ministro diria a nação em seu discurso de posse.


Com o inicio da decima nona Copa do Mundo marcada para amanha, 11 de junho, as 15h30 horário londrino, uma nova febre parece ter apanhado todos os apostadores ingleses: como lucrar com o maior evento desportivo do planeta.


As apostas, para variar, são muitas. Logicamente existem algumas apostas tradicionais, como quem vai vencer a Copa ou quais serão os times que chegarao as finais. Contudo, os ratios para essas apostas “clássicas” são muito pequenos e não chamam a atenção dos apostadores tradicionais.

Outras, por exemplo, parecem ser a tipica aposta aonde você ganha ou ganha, como a aposta que garante que Rooney marcara ao menos um gol na primeira fase. Caso ela se prove correta a cada libra apostada você ganha seis de volta. Outra com um ratio um pouco pior e se o Brasil marcara ao menos três gols na primeira fase do torneio. E uma com um ratio péssimo, mas com chances de 99,9% de chance de você acertar e se o Brasil estará na segunda fase. A cada 10 libras apostada, você recebe uma libra de volta por essa ultima "bet".

Contudo, os “peixes grandes” estarão de olho em outras apostas, com ratios na ordem de cinco mil libras de retorno a cada apostada, como que jogador recebera o primeiro cartão amarelo e quantas disputas de pênalti serão disputadas durante todo o torneio.
E para os chegados em uma aposta, mas não tem coragem de apostar suas poucas finanças por não colocar um dedo no fogo por qualquer time, uma dica e fazer as simulações de quanto você ganharia (ou perderia) se apostasse de verdade em uma casa inglesa por meio deste site: http://sports.williamhill.com/bet/en-gb/betting/t/347/World-Cup-2010.html

9 de jun. de 2010

Leveza, peso e Kundera

Alex Kundera já observara, em A insustentável leveza do ser, que os dramas da vida podem ser explicados pela metáfora do peso. Carregamos um fardo. Ou estamos leves diante de uma situação. A barra está pesada. Ou as implicâncias apenas se equilibram com uma pluma.
Mas talvez o “fardo” maior, aquele que determina aquilo que consideramos pesado na vida, seja a insistência que há, em cada um de nós, em realizarmos o eterno retorno. O mito segundo o qual um dia tudo o que vivemos poderá ser repetido. Kundera:

“Se a Revolução Francesa devesse repetir-se eternamente, a historiografia francesa se mostraria menos orgulhosa de Robespierre”.

Assim, aquilo que não mais voltará, não passa de palavra, memória, é registro; não causa mais medo: é leve. “As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia, inclusive a guilhotina”. Ora, ao entrar no âmbito do efêmero, as coisas parecem perder-se diante daquilo que realmente são; sequer uma guilhotina pode ser condenada.

Kundera:

“Não há muito tempo, eu mesmo fui dominado por este fato: parecia-me incrível, mas, folheando um livro sobre Hitler, fiquei emocionado diante de algumas de suas fotos; elas me lembravam o tempo de minha infância; eu a vivi durante a guerra; diversos membros de minha família foram mortos nos campos de concentração nazistas; mas o que era a morte deles diante dessa fotografia de Hitler que me lembrava um tempo passado de minha vida, um tempo que não voltaria mais?”.

Não é raro, lembramo-nos de situações desagradáveis do passado, pelas quais, não sabemos explicar, sentimos um desejo de retorno, mesmo que, à época, jamais pensaríamos de tal maneira. A eternidade tende à leveza que, por sua vez, é uma idéia perigosa. Cristo foi pregado à cruz apenas uma vez, mas aquele instante da crucificação pertence à eternidade; perdeu o sentido.

Fica mais leve que o ar. Os movimentos se distanciam da terra. De tão livres, tornam-se insignificantes.
A dificuldade está em perceber que o eterno retorno é o mais pesado dos fardos. Mas o peso é ruim e a leveza é boa? Kundera: “Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino”.
Daí que: “o fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital”.

Mais do que meras digressões filosóficas, estamos diante de questões que merecem atenção, simplesmente por tratarem do absurdo da existência humana.

Aldenete nos causa inveja




Aldenete teria idade para casar e engravidar. Morar com seu marido à beira de uma estrada de barro, no interior do Ceará, numa casinha simples, mas cômoda e confortante. Ou teria idade para ir ao baile de forró do centro da cidade, e, com as primas de idades parecidas, faria os rapazes mais tímidos corarem só de lançar a eles um sorriso arquitetado pela vontade de provocar. A idade já lhe começaria a ser preocupação a média prazo, pois estaria se aproximando daquelas crises estúpidas que acometem qualquer moça que se afasta de seus vinte e poucos anos e encosta nos quarenta e tantos. Mas Aldenete, de 29 anos, aprendeu a dizer “mamãe” a pouco mais de um mês. Risonha, a moça, de 12 quilos e quase quarenta centímetros, é, também, uma criança de pouco mais de um ano de idade.
Entre a infância enjaulada num corpo cansado, rechonchudo, e a maturidade fantasmagórica, Aldenete não pode ser definida, a não ser com a condição de que, diante de sua magnífica existência, aceitemos o preceito de que tempo cronológico e tempo psicológico são coisas distintas. Quem está diante de Aldenete está diante do paradoxo da coexistência de duas contagens de tempo antagônicas.
Despercebido, na fase inicial, seu hipotiroidísmo, coube à família criar a menina que jamais será adulta. Desde 1981, Aldenete está rodeada de bonecas, chocalhos e chupetas. Na sua carteira de identidade, a foto, atual, impulsiona qualquer um a acreditar que se trata de um engano. Afinal, é a foto do bebê que está no documento errado, ou a data é que foi impressa com dígitos errados? Mais do que um caso especial da medicina mundial, Aldenete é apenas um bebê que está encostado numa pedra. E, tanto um - pedra - como o outro - Aldenete -, não podem ir além do que são. E isso não é desesperador; pelo contrário. Uma vida acomodada na eterna infância; quem negaria tal oferta, acaso nos fosse dada a chance de evitar o enfadonho ritmo do amadurecimento?

8 de jun. de 2010

Lost in Translation

Não sei exatamente há quanto tempo está no ar, mas descobri agora pouco: o Youtube tem uma opção de colocar legendas nos vídeos. Além disso, ele permite que a legenda seja traduzida em uma porção de línguas.

Na hora da transcrição, o próprio site avisa: "Transcrever áudio é um serviço experimental que usa as tecnologias de reconhecimento de fala do Google para fornecer legendas automatizadas para o vídeo". Por isso mesmo, a coisa ainda não funciona muito bem. Se a ferramenta ainda não serve para ajudar na compreensão de vídeos em outras línguas, pelo menos é um bocado engraçado.

Pra testar, é só clicar no símbolo "CC" vermelho, mais à direita. Daí, clique em "transcrever áudio" e "traduzir legendas".

7 de jun. de 2010

Central de Previsões Androcêuticas – Brasil x Transânia, o último Grande Desafio antes do mundial





Alguns palpites para a difícil jogo de preparação de amanhã, contra a Tanzânia:

- Mesmo sem fazer grande esforço, o Brasil vai vencer com dois gols de diferença, ou mais;

- Na coletiva pós-jogo, Dunga irá se irritar com a imprensa e dizer que todo mundo ali torce contra;

- Jorginho irá acompanhar a lógica do chefinho e fará um discurso sobre patriotismo, ou algo do gênero;

- Felipe Melo ficará irritado em algum lance bobo com algum jogador coadjuvante da forte seleção rival;

- Depois que algum jogador fizer um gol de fora da área, mandando a bola mais ou menos à velocidade da luz, ninguém mais irá reclamar da Jabulani;

- “Tanzânia” e os nomes dos autores dos gols irão ocupar todo o espaço nos trending topics do twitter;

- A vitória por dois gols ou mais contra o poderoso rival – que jogou hoje (é, HOJE, domingo) e perdeu para Ruanda – fará com que milhares de brasileirinhos se sintam extremamente otimistas com o desempenho da seleção na Copa;

- A CBF vai ganhar uns bons cobres levando Dunga e toda a turma para aumentar sua bagagem cultural em mais outro rincão longínquo deste nosso vasto mundão – isso sem contar na coleção de vistos no passaporte dos craques.

Bem, essa última não é exatamente uma previsão.


Vai lá, Felipe, e mostra pra esses Transarianos que tu é GUERRÊRO!

5 de jun. de 2010

Vai uma torta ai?



 Ah o humor ingles...

Todo ano de Copa e a mesma coisa. Dezenas de companhias de alimentos aproveitam o “maior espetáculo da Terra” para lançar campanhas publicitarias trazendo o melhor – ou mais estranho – da culinária de cada nação.
Aqui em Londres a situação não e muito diferente do que acontece no Brasil. As principais redes já apresentaram suas armas. A única exceção, por hora, e o McDonald que lançou a campanha Taste of America aonde cada sanduíche remete a um estado americano. Porem, o que mais me chamou a atenção foi a Copa do Mundo de Tortas.
Idealizada pela Square Pie, uma companhia que acredita que o mundo precisa de tortas melhores para ser feliz, a Copa do Mundo de Tortas perguntava a seus clientes: qual seleção possuía a melhor torta do mundo. E aproveitando o clima da Copa fazia seus embates gastronômicos acontecerem no mesmo dia dos embates ludopédicos.
Em 2002 e 2006, o Brasil foi representado pela Feijoada's Pie, que era uma mistura de carne de porco, galinha, feijão e pimenta. Não e a toa que foi a torta lanterninha de seu grupo nas duas copas anteriores. Para essa edição, a torta canarinha teve sua receita modificada e agora homenageia nossos maiores políticos: Brazil Beef Esfihas.
Sim! Sai a feijoada e entra a gloriosa torta baseada na tradicionalíssima (???) espinha de carne como nossa representante na competição. Contudo essa não e a única novidade da edição: em um momento de profunda sabedoria, os gerentes resolveram dar mais tempo para as disputas. Então cada confronto irá durar uma semana e não apenas um dia.
Sendo assim, o slogan dessa edição será: Sete campeões do Mundo, sete tortas para você escolher qual e a melhor. Cada torta da competição custara 3 libras e cinquenta com 8 cm de diâmetro, ou seja, para os padrões londrinos não pode ser considerado um prato caro.
Na primeira semana, a torta argentina enfrenta a francesa. Na segunda semana temos um clássico: a torta de coelho inglesa enfrenta a torta de Goulash germânica. Na terceira semana deve acontecer um massacre italiano, já que o pais do calcio vem representado com sua torta a bolonhesa que enfrentara a torta vegetariana uruguaia e a já citada brasileira.

2 de jun. de 2010

As diferentes coberturas da seleção brasileira

Ontem, antes de ir com a seleção para o Zimbábue, Robinho deu uma entrevista coletiva na concentração da seleção. Falou do seu relacionamento com Elano, disse que quer ser o melhor do Mundial e que vai fazer dancinhas. Criticou a bola oficial da Copa e também cometeu alguns deslizes com relação ao adversário de hoje do Brasil: parecia não lembrar com quem ia jogar, e reconheceu que pouco sabe sobre o Zimbábue, até esquecendo o fato de que jogou com um atacante nascido lá, quando esteve no Manchester City.
A coletiva com o Robinho foi muito boa para avaliar a cobertura dos diferentes modos de visão da imprensa brasileira.
A Espn Brasil faz um tipo de jornalismo esportivo mais crítico e questionador. Algo que, convenhamos, é meio raro na cobertura esportiva - geralmente o pessoal acha que ser crítico é falar mal do técnico ou daquele jogador que não foi lá muito bem. É, declaradamente, o oposto do que faz a Globo. Tanto que o slogan da emissora dos Marinho para a Copa é "Nosso esporte é torcer pelo Brasil", que soa até como provocação ao da Espn, "Informação é o nosso esporte", que vem sendo usado há algum tempo.
No Sportscenter de ontem, na edição do almoço, deram destaque à pouca memória (e, porque não, inteligência) de Robinho. Parece que até mesmo um repórter da casa, André Kfouri, foi quem lembrou ao craque da seleção de seu companheiro esquecido de Manchester City. E ainda deram uma cutucada com relação às críticas sobre a bola, que Robinho afirmou que "quem fez a bola não entende de futebol", lembrando que um dos caras que ajudaram no desenvolvimento da redonda foi, ninguém mais, ninguém menos que Kaká.
No Globo Esporte, também no horário do almoço, o VT sobre a coletiva se focou no relacionamento dos dois jogadores formados no Santos. "Ele é meu irmão branco", disse Robinho sobre Elano. Falou-se um pouco também das dancinhas, e sobrou até um espacinho ali para encaixar o "Zimbábua" que o santista soltou.
A Folha, que também costuma fazer um jornalismo esportivo mais crítico e analítico, mas igualmente gosta de pautas meio mirabolantes, publicou em seu caderno de Esportes: "Com estilo falastrão, meta de ser o melhor da Copa e promessa de fazer a seleção festejar gols à la Santos, Robinho atrais mais patrocínios e engorda a conta". Os enviados do jornal falaram da coletiva como um geral, pouco comentando sobre os deslizes. O foco da matéria era, principalmente, os contratos de patrocínio de Robinho, tanto que foi incluída até uma declaração de Carlos Werner, diretor de marketing corporativo da Samsung, uma das marcas que tem o rapazinho das pedaladas como garoto-propaganda.
Tem muita gente que não gosta do jeito de fazer jornalismo da Espn, especialmente em relação à seleção. Dizem que só sabem torcer contra, que são ranzinas e até mesmo que seriam anti-patriotas ou coisa do gênero - como se fosse muito patriótico torcer para seleção de quatro em quatro anos. Já os jornalistas da casa não cedem, batem no peito e dizem "jornalista é pago para informar, não para torcer".
Até eu, que não vou com a cara do Robinho e gosto muito da Espn, fiquei pensando que talvez eles tivessem pegado pesado demais. Que talvez tenha sido desnecessário, meio exagerado até.
Mas eu concordo com a Espn. Primeiro, porque, dos três meios citado aí em cima, a cobertura da Espn foi a que trouxe a informação mais completa sobre a coletiva, independente do jeito que foi veiculada. Isso é o mínimo que se espera de um canal que é especializado em esportes.
Além disso, é bem saudável, aliás, é quase necessário, que um canal pago traga informações diferentes e sobre outros pontos de vista do assunto que todo mundo está falando. Não fosse assim, se fosse para trazer a mesma notícia que a tv aberta, e do mesmo jeito que é veiculada pela tv aberta, qual seria o sentido de pagar por esse canal?
Ademais, a gente tem que parar de tolerar essa burrice crônica dos jogadores. Alguém pode dizer que, coitado, ele veio de uma família pobre, não teve condições de estudar, pobrezinho. Mas não é disso que estou falando. Saber o nome da seleção que você vai enfrentar não requer estudo. Lembrar que você jogou em uma equipe com um sujeito desse mesmo país também não - só necessita de um mínimo interesse por aquelas pessoas que fazem parte do mesmo ambiente de trabalho que você.
Trocando em miúdos: não quero que os convocados da seleção tenham Mestrado. Mas eles também não tem necessidade de ser umas completas toupeiras.