27 de jul. de 2008

Outro encontro.

Hoje de noite, voltando da locadora de vídeos (dvd's...), virei uma esquina perto de casa, e me encontrei com seu Verdi.

Seu Verdi. Um senhor que mora aqui perto de casa e que é tido como um verdadeiro sábio. Formado em Direito, largou a profissão cedo, para se tornar um militante, desses de deixar qualquer um membro de centro acadêmico da PUC no chinelo...

Viajou praticamente por toda a América Latina e por boa parte da Europa. No Chile, trabalhou na campanha eleitoral de Salvador Allende. Na França, teve um filho. E mais outros que estão espalhados pelo mundo.

Fumou muita maconha, com uma das mulheres e inclusive com uma filha própria. Afirma que se divertiam muito fazendo isso. Mas numa dessas esfumaçadas reuniões de família, caiu duro no chão. Um derrame no cérebro.

A partir de então, muita coisa aconteceu. Fo morar com o pai, "um grande advogado", separou-se e os filhos, todos tomaram rumos diferentes na vida. Publicitária, músico, etc... Verdi colocou filhos no mundo, e todos estão hoje bem. Porém, implora, sempre que me encontra: pense muito bem, umas vinte vezes, se quer mesmo colocar algum filho neste mundo de merda!

Falo com emoção de seu Verdi, pois ano pasado mesmo estive em seu apartamento, para entrevistá-lo. Conversamos durante muitas horas. Ele me contou de suas viagens, sua ação contra o Estado, seus familiares distantes, suas tristezas e amores. Mostrou-me fotos, roupas velhas, e não me ofereceu o que mais lhe falta: algo para comer. Magro, vive de umas poucas gorjetas que, se não me engano, uma tia lhe dá todo mês. Vive também com os trocados que ganha vendendo livros roubados de bibliotecas públicas. Verdi sente vergonha de fazer isso, mas diz que vendendo esses livros, tenta também consciêntizar as pessoas com quem puxa assunto na rua.

Ele fica o dia todo fora de casa. Caminha, fala, politiza a si mesmo.

Hoje, quando o encontrei, depois de meses sem o ver, lembrei daquela manhã quando sentei num simples sofá, bem humilde, e ouvi a voz de um ser humano. Que, aos olhos da grande mídia, é mais um pobre coitado, que incomoda as pessoas dizendo coisas absurdas, pedindo esmolas. Que, aos olhos da grande mídia é um estatística, ou nem isso.

Naquela manhã, fui sim o jornalista que quero ser.

Não me custou, ainda a pouco, parar para conversar com seu Verdi. Que não foi minha fonte, não foi meu entrevistado, não foi personagem e nada dessas baboseiras...O pouco tempo que estive com ele, àquela vez e hoje, não foram suficientes para eu escrever nada sobre ele, ainda.

25 de jul. de 2008

Hum...

Uma dúvida: eu posso ir contra os meus princípios, as minhas idéias e as minhas certezas para poder evitar um mal imenso? Mas e se ir contra tudo isso chegar a representar um mal maior do que aquilo que quero evitar? Aí, então, o que deveria ser feito?

Venho pensando nisso há algumas horas.

Porque percebi que, na maior parte do tempo, estou lutando não contra o que sei que é ruim pra mim, mas sim contra o oposto, ou seja, o que considero bom. E faço isso para evitar problemas com outros. Fugir, sim, de confusões. Mas, talvez também, de minha própria sobrevivência.

E também porque ontem de manhã, uma senhora me disse, de graça:

_ Depois não adianta reclamar.

24 de jul. de 2008

Só acredito vendo

Burocracia avança, e Timão pretende anunciar estádio em agosto



Consórcio Seebla/Egesa, enfim, consegue liberar documentação de terreno. Clube quer colocar projeto em votação no Conselho o quanto antes

Leandro Canônico

Depois de seguidas prorrogações, o consórcio Seebla/Egesa, enfim, está bem perto de assinar contrato com o Corinthians para a construção do tão sonhado estádio próprio do clube alvinegro. A intenção da diretoria do Timão é levar o projeto para votação no Conselho Deliberativo nos primeiros dias do mês de agosto.

Inicialmente, a carta de intenção tinha vencimento em 30 de abril. Com dificuldade na compra do terreno, as empresas pediram mais dois meses ao Corinthians. Foram atendidas. No fim de junho, o clube avisou que esse prazo seria novamente adiado, dessa vez para 30 de julho. E agora, os trâmites burocráticos estão avançados.

- Estou com as minutas do contrato do terreno e semana que vem levo para o departamento jurídico. O pessoal do consórcio também está acertando os últimos detalhes do contrato geral e a idéia é levar para a votação no Conselho Deliberativo em agosto - diz o vice-presidente Heleno Maluf, responsável pelo assunto.(...)
retirado do globoesporte.com

...ainda mais vindo de um cara com um sobrenome desses.

22 de jul. de 2008

Eu não quero vencer os Jogos Olímpicos!

Fosse jogador de futebol, não desejaria vencer, nas circunstâncias atuais, uma Olimpíada. Por alguns motivos*:

1) Uma vitória da seleção brasileira nos jogos de Pequim pode mascarar o desempenho do cartola [e não dirigente, pois este, de fato, é cartola, na acepção do termo] Ricardo Teixeira e do técnico Dunga, se de fato é ele quem treina esta seleção.
2) O futebol, em minha modesta opinião, é o esporte menos olímpico, menos expressivo dos jogos. Uma vitória esconderia os eventuais sucessos de atletas de modalidades como judô, vôlei, ginástica e outras.
3) O ano é de eleição. Aqui é uma extrema tergiversação de minha parte. Uma teoria conspiratória. Não quero deixar que o futebol seja panacéia face aos percalços de nossa economia, política e etc. Não quero ver políticos, disfarçados de bons moços pelos marqueteiros e jornalistas modorrentos de plantão, esmerando-se em homenagens aos atletas, vangloriando-se pelos investimentos que não fazem.
4) Aqui, um pedido egoísta. Não quero que Hernanes, Alex Silva, Thiago Silva, Thiago Neves, Ramires e tantos outros vão embora deste país que, insistentemente, em cooperação maléfica com empresários mais maléficos ainda, os manda para fora. Um desempenho pífio destes jogadores mascararia suas verdadeiras e boas habilidades, afugentando europeus sedentos por lucro. Sei que este é o meu argumento mais fraco, mas é o mais apaixonado.
5) Por último. Não torço pela seleção brasileira nesta Olimpíada, nem em outras competições. Pior. Torço contra o Brasil enquanto Ricardão estiver lá. Enquanto esta instituição privada, a CBF, continuar a lucrar esquecendo-se dos homens, os torcedores. Pelo futebol, torço contra esta seleção de um punhado de jogadores empresariados por um punhado de interesseiros.

Ao fim destes meus comentários, ora ásperos, ora ridículos, dignos de riso, como diria Walter Garcia, desculpo-me, desde já. Peço desculpas, mas eu sou brasileiro, sim, desisto, às vezes, mas não perco a vontade, a crença de um país menos rincão, menos entreguista, menos imperialista – às vezes, o é. Não desisto de um país mais justo e mais democrático, onde o futebol seja o esporte, e as economias estejam de lado, assim como os cartolas e empresários que por aqui insistem em destruir o talento que ainda nos resta.
* Corrigido, não o texto, mas a tipologia, às 21h e 5 min.

Novo Androceu, 300

Esse post é histórico. É o trecentésimo post do Novo Androceu. Somando com os posts do velho blog - cerca de 400 - esse seria mais ou menos o nosso post número 700, um número respeitável em relação aos nossos “irmãos-concorrentes”.


Nessas horas é que vemos como o tempo passa depressa. Parece que foi anteontem que cruzava a Cardoso de Almeida pela primeira vez para cair na cilada do C.A no primeiro ano. Parece que foi ontem que um grupo de 8 garotos se organizou numa pequena roda para discutir um seminário para o JC. Com certeza eles não suspeitavam na época, mas seria de lá que sairiam as bases de alguns marcos da vida puquiana como este blog, alguns trabalhos épicos, campeonatos vadios e etc. Parece que foi a algumas horas que ficávamos algumas horas a mais na PUC bebendo cerveja e jogando sinuca em algum dos bares ou batendo papo na lanchonete da Comfil, tradição que alguns teimam em manter viva mesmo com a agenda apertada.


E parece que foi há uma hora atrás que o nosso antigo blog foi invadido por uma força invejosa derrubando nossas memórias e textos. Muito se perdeu, mas agora posso garantir que o blog cresceu muito de lá para cá. Mas hoje é dia de festa, não de tristeza.

Enfim, parabéns a todos que fizeram parte, porém abandonaram o blog em algum porto nesse mar virtual. Congratulações a todos que participam da vida real e virtual desse blog, seja um dos fundadores ou um dos novos membros – que provaram pelo menos um par de vezes terem o espírito androceutico correndo em suas veias e só não entraram antes por capricho do destino. E um brinde especial a todos que não pertenceram oficialmente da história do blog, mas sempre estiveram ali para dar suporte a ele quando preciso.

Espero estar aqui novamente para o post 400 ( 800) , 500 ( 900)...

Citando por fim, um antigo trecho do primeiro post do Novo Androceu:

“O ataque contra nós deveria dar o golpe de misericórdia no guerreiro androceutico, mas, em vez de sucumbir, se levanta como um fênix, abre as asas de gavião, e voa mais uma vez para lutar por seus idéias, que nos levaram até aqui: cerveja, mulher e vadiagem, a santíssima trindade androceutica.O ANDROCEU revive. E jamais acabará.”

Bruno mandou....

Os 200 anos da imprensa no Brasil

Pesquisadora Tânia Regina de Luca falará sobre o quarto poder

A revista Pesquisa FAPESP convida você a conhecer melhor a imprensa por dentro. Num paradoxo digno da famosa máxima da “casa de ferreiro, espeto de pau” há uma notável dificuldade, quando o assunto é a mídia brasileira, de encontrar quem faça a história de quem faz a história. Mesmo o bicentenário da nossa imprensa passou algo em brancas nuvens.

Mas há exceções. Uma delas acaba de ser lançada pela Editora Contexto, História da imprensa no Brasil, organizada por Ana Luiza Martins e Tânia Regina de Luca, professora de história social do Departamento de História da Unesp/Assis, autora também de A revista do Brasil: um diagnóstico para a (N)ação (Unesp), entre outros.

Tânia Regina de Luca é a convidada da série de palestras Encontros com a Pesquisa, que ocorre uma vez por mês na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Venha falar de imprensa com quem mais entende dela.

A palestra acontece às 19 horas desta quarta-feira, dia 23/07, na Livraria Cultura – Conjunto Nacional, na Av. Paulista, 2073

Vamos falar de coisas importantes

Na era da alta definição do print screen, aí vão alguns destaques desta segunda para terça-feira, 22 de julho de 2008:
E as notícias mais lidas da folha online:


Me recuso a fazer qualquer comentário a respeito do trabalho de estagiários em plantão.

19 de jul. de 2008

Adeus Dercy

A comediante Dercy Gonçalves morreu às 16h45 deste sábado, no Hospital São Lucas, em Copacabana (zona sul do Rio), aos 101 anos. Ela foi internada durante a madrugada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) com quadro de pneumonia grave, que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória e não sobreviveu.

E não há maneira melhor do que homenagear a criadora do humor escrachado - que resultou no mundialmente conhecido "Feira da Fruta”, um dos pilares deste espaço virtual - do que relembrar uma entrevista dada ao programa Pânico na TV quando completou 1 século de idade ano passado.

15 de jul. de 2008

O mercado sou eu

Luís XIV, em célebre frase do pensamento despótico, disse que o Estado era o próprio. Pois eu digo. O mercado sou eu. O mercado é você. O mercado é o Max. O mercado é o João. O mercado é minha mãe. Ora, pois, o mercado somos nós? Sim, e aqui não há novidade.
A grande e fantasmagórica notícia é a de que o mercado é sentimental – mais isso também não é novidade. Ele é mais emocionado, emocionante, extasiante, hesitante que os seres humanos. Sim, ele é mais humano que nós.
Quando erra, o faz magistralmente. Quando acerta, o faz estratosfericamente. O mercado se humanizou. Mas o problema é que o mercado não tem fome, sede. Seus donos, sim. Ou seria o contrário? Sua propriedade, nós, temos fome.
Então fica combinada a inversão de papéis. Nós somos a máquina e o Mercado, em maiúsculo, pois agora é substantivo próprio, o agente. O agente pra lá de suspeito.
Imprensa sem humor
Talvez esteja a dizer coisas sem sentido ou mesmo batidas. É que estou abismado com a imprensa, pois ela disse agora pouco que o mercado está bem-humorado e que as ações voltam a subir. É o sub-prime, gente! É o sub-humano, gente! É o SUPERMERCADO.
Luís XVI, em célebre frase pré-Revolução Francesa, disse que depois dele seria o fim. E foi. Alguns tiveram a cabeça cortada, inclusive, o rei. Pois eu digo. Depois de mercado, o fim. O mercado, da maneira que nos domina, nos põe rédeas, flutuando nos humores de tolos investidores a pensar que estão num videogame, trará o fim. Até quando vamos nos comportar guiado pelo humor do natimorto Mercado?

11 de jul. de 2008

Mapinha


Um mapa muito instrutivo para quem vai no meu show amanhã. Pra quem quiser informações mais detalhadas, procura no google maps por Av. Álvaro Ramos, 868 - Belém São Paulo - SP03330-002.
p.s.: as informações das setas são meramente ilustrativas e podem não reproduzir fielmente a realidade, sabe como é.
abraços!

Visita Pronto-Socorro

Seria errado desistir mais uma vez
Daquilo que está para acontecer mais e de novo
De fato seria porque sei que iria sofrer e isso é óbvio
A gente sempre tende a se afastar com o gesto mais cortez

Mas ao chegar em casa me estico
Até poder não sentir o espaço que me cerca
Tudo o que tenho não pode preencher este vazio
Que não está em mim pois está lá fora

É a percepção que falha
A droga que me falta
O temor de mais um dia
E o apego a quem me sentencia

Sozinho e na sacola da moça que me visita agora
Há tudo: de comida pro cachorro a adubo pra pequena horta
Nada faltará até o fim do mês nem mesmo o meu sono
Porque ela traz também meu sonífero
Tão artificial quanto sua visita pronto-socorro




*postado originalmente em Quinhão.

10 de jul. de 2008

Rocksurreal

Céu rosa em noite fria,
Chão azul em dia quente,
Rosa azul dia noite
fria chão quente céu
em dia em noite

Surreal metade esfera
quadrática matriz.
O planeta é rosa!
Não, surreal é a esfera.
Esfera é o planeta.

Elíptica sondagem
movimentos constrangidos
da esfera rosa
do planeta colorido
com pantufas de enxofre
em chuva – de acidez
de morbidez

em chuva
que estremece
o brado forte e retumbante
da pátria que me pariu
em nó, em nojo,
despojo, estojo de maquiagem
de maquinário

esboço desconexo de acorde
circuncisão da prole podre
mesclada
vestida
endiabrada
de enxofre

underlook
overbook
rain sun
casamento de espanhol
sun rain
casamento de viúva
english less more than other
We fala english torto no Zaire

Torto feito poesia acéfala
que fala
suplica
indica
que há
descontrole
afinal,
existir: a que será que se destina?

8 de jul. de 2008

18 homens, um anão e nenhuma esperança

Saiu ontem a lista dos convocados para Pequim-2008. Tirando a já anunciada convocação de Ronaldinho a lista não trouxe nenhuma grande surpresa, se pensarmos que quem comanda a CBF atualmente é Ricardo Teixeira que teima em deixar Dunga no cargo mais importante que um brasileiro pode ocupar, dependendo do ponto de vista, para ganhar uns trocos dos empresários. Ou alguém aí tem uma explicação plausível para Jô estar entre os convocados?
Uma pergunta que sempre fazem, e acabarei repetindo aqui, é por que o Brasil nunca ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas? Falta de sorte, gerações fracas que se tornam brilhantes depois ou apenas descaso dos cartolas que preferem usar um amistoso contra os americanos para ganhar alguns milhões do que treinar o time olímpico, como têm feito a Argentina nos últimos meses? A resposta fica a gosto do freguês.
O time titular deverá entrar – salve enganos – no primeiro jogo com Renan; Ilsinho, Alex Silva, Thiago Silva, Marcelo; Lucas , Anderson, Ronaldinho e Diego; Pato e Robinho. No papel até é uma seleção razoável, porém se eu apostasse hoje numa seleção para levar o ouro seriam os nossos vizinhos do sul. Esperança pela medalha de ouro? Acho mais provável a Comfil ser reformada ou garantir um transporte público de qualidade em São Paulo.
Abaixo, os “melhores do Brasil” como disse Parreira na convocação de 2006.

Goleiros

Renan (Internacional)
Diego Alves (Almería)

Defesa

Thiago Silva (Fluminense)
Alex Silva (São Paulo)
Breno (Bayern de Munique)

Laterais

Ilsinho (Shakhtar Donetsk)
Rafinha (Schalke 04)
Marcelo (Real Madrid)

Volantes

Lucas (Liverpool)
Anderson (Manchester United)
Hernanes (São Paulo)

Meias

Thiago Neves (Fluminense)
Diego (Werder Bremen)
Ronaldinho (Barcelona)

Atacantes

Robinho (Real Madrid)
Alexandre Pato (Milan)
Rafael Sobis (Betis)
Jô (Manchester City)

7 de jul. de 2008

O Livreiro e o Terminal

Intrépido eu estava. Com minha namorada também estava. Estava a bisbilhotar os livros que podia bisbilhotar numa livraria qualquer de um shopping qualquer de uma cidade chamada São Paulo. Esta não é qualquer.
Entre livros, decidi ir até o terminal de consulta. Buscaria um livro que, de modo algum, encontrara a olho nu. Disse buscaria, não?
Buscaria, pois o terminal travava a cada busca. Questionei, pois, o vendedor. Ele me respondeu. Respondeu que o sistema fora avariado pela pane de quinta-feira. A pane da internet, da Telefônica, do Speedy. Pane, esta, que foi comparada pelo jornal Folha S. Paulo ao 11 de Setembro.
Bacana, heim!
Olha como somos ótimos! Tornamos-nos reféns. Da internet. [Ah, este blog faz parte dela] Da bomba de informações que ela é. Pasmem! As delegacias não tinham um sistema B. Que tal uma velha Olivetti?
Ressuscitando
Depois de tudo, estive a indagar, até que recordei de um texto em que eu esculachava Orkut e MSN. Daí, unindo útil a agradável – já que o Max estava a me pressionar por um post, resolvi postar o texto.
Será o meu primeiro texto sob a linhagem androceutica. Espero que gostem. Se não gostarem, retornem, por favor. Em comentário, e-mail, mas retornem, pois, como saberão, meu maior medo é não ter os textos comentados. Minha mãe sempre esquece de comentar.
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Por uma vida off-line
Num afã de globalização indistinta e progressiva, nos vimos no direito/obrigação de criar novos paradigmas, novas formas de comunicação. Neste contexto de globalismo, surge a Internet, criada para dar suporte de dados e informações ao exército americano [já não era muito nobre]. A partir desta rede, que se diz mundial de computadores, vieram algumas ferramentas como o correio eletrônico, os softwares de mensagens instantâneas e, por fim, as comunidades virtuais.

Sob o aspecto democrático destas ferramentas muito já foi dito, tanto por usuários, entusiasmados pelo volume de dados disponíveis na rede, quanto por teóricos da globalização, se assim podemos os designar. A idéia de a Internet nos ligar aos mais distantes locais da Terra nos é embalada e vendida pelos grandes portais como panacéia. Não é bem assim.

Quero observar um movimento [não sei se loucura minha] que tenho achado estranho e perverso, causado pela ascensão destas ferramentas, das quais tentarei me ater às comunidades virtuais, a exemplo do Orkut, e aos softwares de mensagens instantâneas, como o MSN que, a meu ver, alteram nossas relações, nossa forma de lidar com a vida e nosso comportamento.

Sobre as comunidades virtuais como My Space, Orkut e similares farei algumas considerações que me puseram em estado de atenção. Em primeiro lugar, sinto que estas comunidades virtuais, em tese democráticas, desagregam. Tornam as relações entre os homens mais prolixas, promíscuas e distantes.

Reconheço que a relação entre alguém que tem um amigo ou familiar distantes, num outro estado, cidade ou região é facilitada pelas comunidades virtuais. O que, entretanto, não substitui a relação de olhar, rosto a rosto. Esta mesma facilidade tornou nossas relações mais preguiçosas, sob a ameaça de termos relações mais ‘intensas’ no mundo virtual, já que podemos conversar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Não concordo em conversar com um vizinho pela Internet. É desumano. O computador não dá conta dos gestos faciais que fazemos. A conversa é empobrecida.

Também não concordo com a expressão mundo virtual. Por mundo, entende-se o conjunto de tudo, espaço onde todas as relações acontecem, onde a vida se permite. O que, definitivamente, não é o caso do virtual. Não se esgotam a possibilidades de relações numa comunidade virtual. O contato corpóreo, para ser mais explícito, não pode ser deixado de lado. Parece-me que a globalização, via internet, é hipócrita. Não é possível que possamos trocar uma boa conversa com um amigo por um perfil do Orkut. Mas as grandes corporações da comunicação insistem em vender a idéia das relações ilimitadas. Por este, assim chamado, mundo virtual.

É estranha também a idéia dos softwares de mensagens instantâneas, por excelência o MSN, que é o mais massivo. Usarei novamente o exemplo de uma boa conversa com um amigo, num bar, bebendo uma boa cerveja ou mesmo um café. As atenções, em programas como o MSN, são geralmente dispersas. Chega-se ao ponto de conversarmos com nove, dez usuários ao mesmo tempo. Em se tratando de um bom diálogo com um amigo, não parece razoável que você deixe de prestar atenção no que este amigo diz para virar-se a uma outra conversa, num tema completamente diferente.

Ilustrando. Estou teclando com Henrique, meu amigo, e estamos falando sobre o fatídico jogo entre Sport e Palmeiras. Teclo também com Cláudio, outro amigo, mas desta vez o tema são as musicas que preferimos. Há ainda o Márcio, que me faz confidencias sobre seus casos amorosos. Uma mistura nada digerível. Some-se a isso o fato de eles também estarem teclando com outros. Isto, para mim, não é diálogo, e menos conversa. É, sim, poluição comunicacional, desinformação em massa.

Preocupa-me o que fazemos da Internet. Não sou filósofo, poeta, padre, ou etc. Mas qual a pertinência de um veículo depositório de abraços, te adoros, te amos, como MSN, Orkut e outros do tipo? São abraços que não abraçam, não confortam. Quanto à profusão de ‘eu te amos’ e ‘eu te adoros’, ou a relação é pobre, ou, em caso mais remoto, o amor se alastrou. Os fatos, quaisquer dele, jornalísticos ou não, dizem o contrário. O amor não é a vedete do mundo contemporâneo.

Outro ponto. Não me é concebível um comportamento no real e outro no virtual. Será que existem múltiplas personalidades e nós, a depender de nosso humor, escolhemos uma personalidade diferente a cada dia como se estivéssemos numa feira de mercadorias ou mesmo na bolsa de valores? Estaríamos nos transformando numa commodity? Soa estranho tudo isso.

Quero, entretanto, deixar claro que não estou fora deste movimento e que também contribuo para esta poluição que é a Internet. Sou, também, filho das relações criadas pela Internet. Minha geração é a da Internet.

Enfim, devemos repensar nossas relações para com a Internet e com os internautas. Se o apedrejamento não é permitido em praça pública, também não o é na Internet. O racismo, o desrespeito, a selvageria, a pedofilia, a invasão de privacidade – vide Google Earth – também não são. Não podemos agir como se na Internet não existissem educação e respeito. Do jeito que está, a Internet intensifica a má educação do homem.

Não podemos esquecer o que é, de fato, a Internet: uma mercadoria, não um mundo. Há força de trabalho investida no processo de produção de dados e informações on-line. Não podemos nos esquecer, sob o risco de trocar a parte pelo todo, uma amizade pelo perfil do Orkut, realidades por virtualidades, inimizades, banalidades.

Fixemos: a Internet é apenas uma ferramenta. Tornada global, mundial, verdade absoluta, ela nos será alienante. Será, apenas, uma promessa de democracia e que, na verdade, é esperteza dos que têm o poder, pois no ‘mundo’ virtual não se alteram a estrutura social, as desigualdades. A revolta dos homens contra as situações de injustiça não pode ser on-line. Nossa linha é o real. Não há uma segunda vida, um Second Life.

Afinal, para que lutamos?

APRESENTAÇÕES

Ano passado, Max me convidou para este blog, que não é pobre e que os homens não armaram para me convencer. Convidou para falar sobre futebol. Havia gostado da idéia, mas acabei não postando.
Vieram os meses. Com eles, as aulas do Wladyr e a fantasmagórica Revista Garoa. Problemas mil. No embolo que se tornou Garoa, Max e eu nos lembramos do convite e perguntei se ainda estaria de pé. Ele disse que sim.
Aqui estou eu.
Luiz Henrique Mendes. Não é com “S”. É com “Z”. LuiZ
Quando quiserem importunar, o e-mail é com “S”:
Manterei o e-mail até que alguma tragédia aconteça, afinal, sou brasileiro. [Ela já quase aconteceu, mas deixa para lá]
Abraços,
Luiz Henrique Mendes, e-mail com S.

a quem quer que seja

Não posso deixar de perguntar: agora, neste momento, posso afirmar algo sobre a vida? Se agora nego tudo, não porque não vejo mais saída, mas porque quero tirar do aspecto trágico da vida um sopro de ação, então percebo que não quero afirmar qualquer coisa. Não poderia repetir esta vida novamente, como se fosse possível, pois sequer posso absorver as constantes quebras do tempo, que ora me jogam para um passado sem perspectivas de progresso, ora me arremessam para um futuro carente de referências.

Quando penso que há uma conclusão acerca das finalidades de qualquer ação cotidiana, é aí que me deparo com um estado de acontecimentos volátil; a sensação de que nada tem um fim, muito menos um começo, me impregna de passividade diante de tudo. E o tudo, ou seja, a totalidade do que me cerca, não presta. Ver movimentos e ouvir discursos não resolve nem a solidão, muito pelo contrário: constato aquilo que me falta, e saio à procura disso. Porém, já sei, de antemão, que não conseguirei alcançar solução alguma para problema algum. Sendo assim, toda procura que se inicia, já se sabe antes de começá-la que não se obterá nada. Procura-se aquilo que sequer se perdeu, porque jamais se teve.

E a busca, a caça, a procura são ações que partem da iniciativa. São atividades, logo exigem esforço, perda de energia e transformação de um estado de repouso para um outro de movimento. Desconsidera-se, em situações de urgência, de desespero, o espaço e também o tempo. A procura, quase cega, por aquilo que achamos que nos pertence, e que perdemos, nos leva a vasculhar cantos, espaços inabitados, gavetas que não nos pertencem... A noção de propriedade é posta em segundo plano. Não nos importa saber a quem pertence essa terra, pois tenho em mim a convicção de que nela pode estar aquilo que move a minha procura. Ao menos, carrego em mim a possibilidade do encontro.

Encontrar o que se deseja nos livra de responsabilidades. É como se, após bagunçar o armário de outrem, encontrássemos o objeto perdido e, depois, o utilizassemos como justificativa da bagunça, ao tentar convencer o dono do armário de que aquela ação invasiva realmente era necessária. “Veja, se não forçasse a barra, não poderia ter agora em minhas mãos isso aqui que tanto procurava”. De fato, a invasão desesperada ao desconhecido nos coloca em outro espaço e em outro tempo – e tempo aí como sendo também um espaço, uma linha espacial.

Se quero muito algo, não me importa, então, quanto tempo eu precisarei para conseguí-lo? Sei que posso entrar e sair, mas durante quanto tempo? A idéia de prazo está, portanto, totalmente ligada ao estado de solidão. A angústia da solidão se dá conforme percebemos que mais tempo estamos gastando com o nada. A solidão em si é eterna, mas saber que a eternidade do tempo é marcada pelo compasso extremamente racional, programado , infinito e infalível do relógio, nos leva a um aprisionamento solitário de nossos desejos mais intimos. Então eu só não gasto tempo refletindo sobre o que eu perdi e devo recuperar, o mais rápido possível, como ainda tenho um prazo, uma meta. A partir do momento que reduzimos um sentimento de angústia em algo resolvível em questão de minutos, passamos a nos tratar como objetos remediáveis, e qualquer desvio é considerado, por nós mesmos, como um fracasso. Ora, fracassei no amor, não porque não encontrei uma pessoa perfeita, que me satisfisesse, mas porque, olhando para trás, vi que perdi chances e, portanto, não há tempo para voltar atrás! O futuro depende do que fiz, e assim tudo depende do tempo que tenho para concretizar ações e decisões.

6 de jul. de 2008

A polêmica do diploma

O diploma do curso superior de jornalismo causa muita discórdia.
De um lado, o lobby de sindicatos e associações de jornalistas que defendem a obrigatoriedade desse documento para exercer a profissão.
De outro estão jornais como a Folha, que afirmam que essa exigência mina a liberdade de expressão dos meios de comunicação, ao permitir que apenas uma categoria divulgue as informações para a sociedade.
Abaixo vemos mais um round nessa disputa: Começamos com o veterano jornalista esportivo e narrador Luciano do Valle (diplomado) atacando seus colegas da TV Bandeirantes que nunca freqüentaram uma universidade de comunicação.
O segundo vídeo é a resposta de Jorge Kajuru, polêmico jornalista que conseguiu o registro no sindicato após muito tempo de trabalho.
A briga entre os dois é engraçada e chega a um nível baixo, mas o debate sobre essa questão é bem interessante.





4 de jul. de 2008

Jabazão


Roquenrou, cerveja gelada e muita gente bonita, como se percebe pelo flyer.

É isso mesmo que vocês tão vendo: mais um show do kobots! Ainda é na zê-ele, mas o pico é outro, mais próximo do metrô e com uma qualidade aprovada pelo Gustavo, que já fez shows nesse pico. O negócio começa por volta das duas e a gente vai tocar por volta das quatro - assim espero, até porque eu faço plantão no mesmo dia.
Pra quem for, eu separo uns ingressos e podem me acertar no dia. Eu sei que algum bonitinho vai dizer "tá caro, hein!", o que eu realmente concordo, mas eu não tenho muito o que fazer em relação a esse salgado.

qualquer coisa é só falar comigo, de preferência por email. Abraço!


1 de jul. de 2008

título não dá

Enquanto nada é resolvido em lugar nenhum.

"Uma sombra,
Um banco de cimento,
Até que a morte os separe
E assim, até que ....Uma árvore cai agora na minha frente!!!
Não lembro mais do que ia dizer, desculpe."


_Mas até quando você vai bancar o idiota?
_Não posso fazer nada...Sou assim!
_Ah, cara, mas assim tu não pode ser, bicho!
_Mas tá mó enrolação isso aqui...não se sabe nada, pô!
_Tá, mas se liga....





Com importação recorde, saldo da balança cai 44,7% no ano
Produção industrial recua


--> Já dizia a poeta: amar é dar ao outro aquilo que nós nem temos!!!

Acho que vai chover.


clica aqui ó: http://www.youtube.com/watch?v=KE2orthS3TQ .
("ela canta bem até, né?")
("até que sim").



Aí entra em cena o pai:
-Filha, mas o que você fez da sua vida? [leva as mão à testa]
-Pai...O corpo é meu...Faço o que quiser com ele! [E se joga na cama, começando a se tocar]

[Fim do primeiro ato]